Bajulado pelos barões da mídia durante o julgamento do "mensalão do PT",
o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa,
admitiu ontem que a imprensa nativa é hegemonizada pela direita. A
inesperada crítica foi feita durante o evento comemorativo do Dia
Mundial da Liberdade de Imprensa, realizado pela Unesco na Costa Rica.
Segundo relato de João Brant, do Intervozes, em seu discurso o ministro
afirmou "que a mídia brasileira é afetada pela ausência de pluralismo.
Ele avaliou que esta característica pode ser percebida especialmente
pela ausência de negros nos meios de comunicação e pela pouca
diversidade política e ideológica da mídia".
"Avaliando a ausência de diversidade político-ideológica, Barbosa
lembrou que há apenas três jornais de circulação nacional, 'todos eles
com tendência ao pensamento de direita'. Para ele, a ausência de
pluralismo é uma ameaça ao direito das minorias. Barbosa finalizou as
suas observações sobre os problemas do sistema de comunicação
destacando o problema da violência contra jornalistas. 'Só neste ano
foram assassinados quatro profissionais, todos eles trabalhando para
pequenos veículos. Os casos de assassinatos são quase todos ligados a
denúncias de corrupção ou de tráfico de drogas em âmbito local, e
representam grave violação de direitos humanos'", descreve o lutador
João Brant.
O triste é que no exterior o presidente do STF aponta as falhas
gritantes da mídia nativa. Já no Brasil, ele goza dos holofotes desta
mesma mídia e nada faz para apurar seus abusos. O jurista Fábio Konder
Comparato ingressou com uma ação no Supremo questionando a
omissão do Congresso Nacional na regulamentação dos artigos da
Constituição Federal sobre os meios de comunicação. Até hoje, a ação
permanece nas gavetas do STF. Joaquim Barbosa é realmente uma figura
sinistra!
Nenhum comentário:
Postar um comentário