Do Brasil 247 - 12 de Maio de 2013 às 07:31
Presidente num período de vacas magras, em que a
economia global congelou e o Brasil entrega ao cidadão/eleitor um
desempenho mediano, Dilma terá o desafio de vender ao público outras
qualidades; por isso mesmo, haverá ênfase na figura da mãe zelosa, que
cuida do orçamento doméstico, com medidas como a redução da conta de luz
e dos juros, assim como a desoneração da cesta básica, que vem sendo
atingida pela inflação dos alimentos
247 - Depois de enfrentar seus dois primeiros anos no Palácio do Planalto com a economia andando de lado, a presidente Dilma Rousseff já sabe que 2013 será mais um período de baixo crescimento. As previsões econômicas, que antes convergiam para mais de 3%, hoje se situam ao redor de 2,5%, com viés de baixa. Como disse o ex-ministro Antonio Palocci ao jornal Valor Econômico, num raro depoimento à imprensa desde sua saída do governo, a economia mundial "deu uma congelada", o que trouxe reflexos negativos para o Brasil.
Do ponto de vista econômico, a presidente Dilma deverá encerrar seu primeiro mandato com uma média de crescimento inferior à do ex-presidente Lula e não muito distantes da que foi entregue por FHC em seus oito anos, ao redor de 2,4%. A economia, portanto, que foi um trunfo para o PT nas eleições de 2006 e 2010, já não renderá os mesmos dividendos em 2014.
Por isso mesmo, o marqueteiro João Santana constrói a imagem da presidente em torno de uma outra imagem: a de "mãe Dilma". A mãe zelosa que ataca o chamado Custo Brasil não apenas com o olhar voltado para o setor produtivo, como no caso da Medida Provisória dos Portos, mas também dirigido à população em geral. Assim, serão exaltadas conquistas de seu governo voltadas para o orçamento doméstico, como a redução das tarifas de luz e das taxas de juros incidentes sobre os financiamentos bancários. Outro ponto importante, a desoneração da cesta básica, também mereceria destaque, não fosse o fato de estar sendo parcialmente anulada pela inflação dos alimentos.
A propaganda política também tenderá a trocar o "mais", que dificilmente será entregue num período conturbado como o atual, pelo "melhor", ressaltando aspectos qualitativos da gestão petista, como nos filmes recentes em que Dilma, ao lado de Lula, promete um novo salto, complementando conquistas do antecessor. Exemplo: depois da inclusão na universidade, com o ProUni, viria o curso no exterior, com um programa como o Ciência Sem Fronteiras, que é uma das meninas dos olhos de Dilma.
Dilma chegará em 2014 como aquela mãe que, embora não tenha conseguido comprar tudo o que desejava para os filhos, terá feito o máximo para encher a mesa com os recursos que teve a seu alcance. Ao menos, será essa a construção de João Santana.
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