Lucro cai 33% e receitas diminuem 10% no primeiro
trimestre; administração Giancarlo Civita enfrenta rumores de
descontentamento de banqueiro que não assumiu comando; analistas de
mercado consideram resultado "aquém do desejado"; nos últimos anos,
principal receita da empresa que publica as revistas Veja e Exame, entre
outras, não vem mais da área editorial; carro-chefe Abril Educação
ainda prevê receitas de R$ 1 bilhão para 2013
Em declínio, as receitas do braço editorial do Grupo Abril,
que edita as revistas Veja e Exame, entre outras, já não são as
principais do conglomerado há alguns anos. Os maiores resultados na
arrecadação da organização têm sido obtidos pela Abril Educação, setor
do grupo da família Civita que administra as redes de ensino Anglo e pH e
vende material didático para suas próprias franquias e clientes
diversos, entre os quais o governo federal e administrações estaduais e
municipais. A má notícia para a Abril é que também as receitas desse
setor estão em queda.
No primeiro trimestre, a receita líquida da Abril Educação foi 10%
inferior do que a apurada no mesmo período do ano passado. A marca
alcançada agora foi de R$ 224,9 milhões. Em consequência, o lucro sofre
um impacto negativo de 33% sobre o verificado no primeiro trimestre de
2012, atingindo agora R$ 36,3 milhões.
Os números foram considerados "aquém do desejado" e "ligeiramente
abaixo das expectativas" pelos analistas do BB Investimentos e do JP
Morgan. Eles chegam ao mercado no mesmo momento em que crescem os
rumores sobre o desconforto que estaria sendo enfrentado, na cúpula da
Abril, pelo banqueiro Fabio Barbosa, ex-Santander.
Cotado para suceder Roberto Civita, afastado do dia a dia da empresa
em razão de um tratamento de saúde, Barbosa foi ultrapassado por
Giancarlo Civita, filho de Roberto, que assumiu a presidência executiva
do grupo menos de dois meses atrás. A reafirmação da característica de
empresa familiar teria descontentado Barbosa, que tem sido visto
circulando com mais assiduidade por Brasília, em contatos políticos.
O presidente da Abril Educação, Manoel Amorim, procurou, em
teleconferência com analistas, justificar os resultados que o mercado
considerou abaixo das expectativas.
"Este trimestre não guarda similaridade com o primeiro trimestre de
2012 por uma série de mudanças operacionais e algumas características
temporais deste ano escolar em relação ao ano passado", explicou Amorim.
Receitas totais de R$ 1 bilhão continuam sendo a meta da Abril Educação
para 2013.
No 247
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