Integrante
da base aliada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) tentou encerrar, no
Conselho de Ética, a apuração das denúncias feitas pelo petebista Roque
Barbiere segundo quem de “25% a 30%” dos deputados da Casa negociam
emendas parlamentares. Antes mesmo de se produzir relatório final e
tendo ouvido uma pessoa, o pedetista Major Olímpio, Campos Machado (PTB)
propôs, como questão de ordem ao presidente do colegiado, Hélio
Nishimoto (PSDB), que as informações colhidas fossem enviadas ao
Ministério Público e os trabalhos, encerrados.
“Começo a verificar que os
limites do Conselho de Ética já se esgotaram”, disse Campos Machado,
correligionário de Barbiere e “líder” governista no conselho. Consciente
de que sua proposta encontraria obstáculos, o líder do PTB afirmou que é
“preciso ter coragem“, pois a “coragem vence o medo”. Aliado de Machado
e integrante do conselho, José Bittencourt (PDT), defendeu a ideia,
alegando que o Conselho é pautado na apuração da quebra de decoro
parlamentar de deputados e que, até agora nenhum nome de deputado foi
citado. Mas Nishimoto decidiu ser necessária a produção de um relatório
para que os trabalhos possam ser encerrados. O próprio Bittencourt será
relator.
Assim como nos outros encontros, apurações sobre
quebra de decoro deram lugar a
troca de farpas. “Hoje estamos temperando a pizza que será levada ao
forno e servida semana que vem”, disse João Paulo Rillo (PT).
Presente à sessão, a corregedora
da Casa, Célia Leão (PSDB), pediu a palavra por três vezes para dar sua
opinião sobre os trabalhos do conselho. No início do encontro, após
pedir que Olímpio se concentrasse apenas em temas relativos ao
colegiado, ela questionou o presidente e os membros sobre a
possibilidade das investigações serem encaminhadas à Corregedoria. Ao
final, expos seu descontentamento a ineficiência da comissão. “A reunião
de hoje foi ipsis literis, como a de quinta passada. O conselho não tem
produzido aquilo que esperamos”.
Major Olímpio
Como antecipou o JT, Major
Olímpio (PDT) levou ao Conselho de Ética da Assembleia o nome da
dirigente de entidade que teria lhe contado “artimanhas” usadas por
alguns deputados para desviar dinheiro de emendas. Teresa Barbosa, da
ONG Centro Cultural Educacional Santa Terezinha, segundo o pedetista,
está disposta a depor. Mas a ação da base governista, que pretende
finalizar os trabalhos do conselho na próxima quinta, pode impedir que
ela dê nomes.
Olímpio, único que depôs ao
colegiado até agora, repetiu ter ouvido de Teresa que ela foi sondada
por deputados para sua entidade servir de “ponte” para que outras
instituições, que não estão regularizadas, recebessem parte da verba do
governo. Questionado se ela não havia citado nomes, Olímpio disse que
ela evitou falar temendo represálias.
O pedetista ainda acusou o
colega de partido e membro do conselho, José Bittencourt, de ter um PM
“fantasma” no gabinete. “Não tem nada irregular nisso, pode questionar a
Mesa Diretora”, disse Bittencourt.Informações JT
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