Por Altamiro Borges
Pesquisa de boca de urna divulgada na noite deste domingo (23) indica que a presidenta Cristina Kirchner deverá ser reeleita na Argentina com 57% dos votos. Hermes Binner, governador da província de Santa Fé, também apoiado por setores de esquerda, aparece em segundo lugar, com 15% dos sufrágios. Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín, surge em terceiro, com 9% dos votos.
Confirmados estes números, Cristina será a presidente mais bem votada desde a redemocratização do país, em 1983. Para Martín Granovsky, do jornal Página 12, o resultado é histórico. Ele lembra que Néstor Kirchner obteve 22% dos votos em 2003. Só não houve segundo turno porque o neoliberal Carlos Menem, amado pela mídia e amigo do FHC, fugiu da disputa temendo a derrota.
“Modelo de inclusão e reforma”
Ainda segundo Granovsky, a vitória de Cristina confirma o apoio da sociedade à política aplicada pelo chamado kirchnerismo nos últimos anos. Com suas contradições e limites, ela teria uma marca anti-neoliberal – expressa no tratamento soberano da dívida externa, na aposta no desenvolvimento baseado na demanda popular e no esforço pela integração latino-americana.
“Se as pesquisas estiverem certas, os resultados eleitorais mostrarão um mapa político assombroso. Os votos somados de Cristina e de Binner representarão de 70 a 75% dos votantes. A direita não encontrou expressão partidária... Sonha com o fim da onda de centro-esquerda para as eleições de 2015. É uma eternidade: nesta data terão se completado 12 anos seguidos de governos baseados no modelo sul-americano de inclusão e reforma”, conclui Granovsky.
Sabotagem e tentativas de desestabilização
A vitória de Cristina Kirchner também deveria servir de lição ao Brasil. Ela representa uma dura derrota da mídia monopolizada e manipuladora, que ergueu seu império durante a ditadura militar argentina. Os meios de comunicação, em especial o poderoso Grupo Clarín, fizeram de tudo para desestabilizar e derrubar o governo de Cristina, rotulado de “populista e esquerdista”.
A mídia golpista chegou a insuflar um locaute dos barões do agronegócio, que paralisou e desabasteceu o país. Durante todo o seu governo, a imprensa produziu factóides, travestindo-se de “ética”, para desgastar a presidenta. Ela nunca reconheceu os avanços políticos, econômicos e sociais do governo. Filhote da ditadura, a mídia nunca abandonou o receituário neoliberal.
Coragem e “Ley de Medios”
Mas Cristina Kirchner não se dobrou à pressão da imprensa golpista. Nunca ficou de “namoricos” com os donos da mídia. O seu governo submeteu ao debate na sociedade uma nova lei sobre comunicação, a famosa Ley de Medios. O novo marco regulatório, aprovado em outubro de 2009, determina o fim do monopólio na rádio e TV e incentiva a pluralidade e diversidade informativos.
No sábado, véspera da ida às urnas de 29 milhões de argentinos, o jornal Clarín reconheceu a dura derrota da sua linha editorial golpista, lamentando o que chamou de “oficialismo hegemônico”. Cristina governará o país por mais quatro anos – de 2012 a 2015. Ela já prometeu manter-se firme na linha do desenvolvimento do país, com mais inclusão social. Também explicitou que não recuará no seu projeto de ampliação da democracia, o que deverá gerar novos confrontos com a ditadura midiática.
Pesquisa de boca de urna divulgada na noite deste domingo (23) indica que a presidenta Cristina Kirchner deverá ser reeleita na Argentina com 57% dos votos. Hermes Binner, governador da província de Santa Fé, também apoiado por setores de esquerda, aparece em segundo lugar, com 15% dos sufrágios. Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín, surge em terceiro, com 9% dos votos.
Confirmados estes números, Cristina será a presidente mais bem votada desde a redemocratização do país, em 1983. Para Martín Granovsky, do jornal Página 12, o resultado é histórico. Ele lembra que Néstor Kirchner obteve 22% dos votos em 2003. Só não houve segundo turno porque o neoliberal Carlos Menem, amado pela mídia e amigo do FHC, fugiu da disputa temendo a derrota.
“Modelo de inclusão e reforma”
Ainda segundo Granovsky, a vitória de Cristina confirma o apoio da sociedade à política aplicada pelo chamado kirchnerismo nos últimos anos. Com suas contradições e limites, ela teria uma marca anti-neoliberal – expressa no tratamento soberano da dívida externa, na aposta no desenvolvimento baseado na demanda popular e no esforço pela integração latino-americana.
“Se as pesquisas estiverem certas, os resultados eleitorais mostrarão um mapa político assombroso. Os votos somados de Cristina e de Binner representarão de 70 a 75% dos votantes. A direita não encontrou expressão partidária... Sonha com o fim da onda de centro-esquerda para as eleições de 2015. É uma eternidade: nesta data terão se completado 12 anos seguidos de governos baseados no modelo sul-americano de inclusão e reforma”, conclui Granovsky.
Sabotagem e tentativas de desestabilização
A vitória de Cristina Kirchner também deveria servir de lição ao Brasil. Ela representa uma dura derrota da mídia monopolizada e manipuladora, que ergueu seu império durante a ditadura militar argentina. Os meios de comunicação, em especial o poderoso Grupo Clarín, fizeram de tudo para desestabilizar e derrubar o governo de Cristina, rotulado de “populista e esquerdista”.
A mídia golpista chegou a insuflar um locaute dos barões do agronegócio, que paralisou e desabasteceu o país. Durante todo o seu governo, a imprensa produziu factóides, travestindo-se de “ética”, para desgastar a presidenta. Ela nunca reconheceu os avanços políticos, econômicos e sociais do governo. Filhote da ditadura, a mídia nunca abandonou o receituário neoliberal.
Coragem e “Ley de Medios”
Mas Cristina Kirchner não se dobrou à pressão da imprensa golpista. Nunca ficou de “namoricos” com os donos da mídia. O seu governo submeteu ao debate na sociedade uma nova lei sobre comunicação, a famosa Ley de Medios. O novo marco regulatório, aprovado em outubro de 2009, determina o fim do monopólio na rádio e TV e incentiva a pluralidade e diversidade informativos.
No sábado, véspera da ida às urnas de 29 milhões de argentinos, o jornal Clarín reconheceu a dura derrota da sua linha editorial golpista, lamentando o que chamou de “oficialismo hegemônico”. Cristina governará o país por mais quatro anos – de 2012 a 2015. Ela já prometeu manter-se firme na linha do desenvolvimento do país, com mais inclusão social. Também explicitou que não recuará no seu projeto de ampliação da democracia, o que deverá gerar novos confrontos com a ditadura midiática.
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