TV mostra fotos do padre fundador de ordem com sua mulher e filha
Maciel com sua filha e mulher;
ordem afirma que não na sabia
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Uma TV mexicana
mostrou fotos do padre Marcial Marcial (1920-2008) com sua esposa e
filha, em mais uma revelação da vida dupla do fundador da ordem
conservadora Legionários de Cristo.
Há
fotos nos quais Maciel, de férias, está com sua sua mulher e filha em
local onde havia membros da ordem. Até recentemente, a cúpula da
Legionários negava saber da vida paralela do seu fundador.
Para
a Conferência Episcopal do México, as fotos revelam que Maciel
“zombava” da igreja. “Ele deveria estar em estado de oração”, disse o
padre Manuel Corral, porta-voz da conferência. “Agora vemos como ele
mentiu e foi protegido por seus próximos.”
Se
Maciel tivesse apenas constituído uma família, seria um “pecado” que
outro padres cometem. O problema é que ele teve várias amantes e filhos,
gostava de estuprar coroinhas e seminaristas e era viciado em cocaína.
Ele
foi o padre mais devasso da história recente da Igreja Católica. Contou
com as vistas grossas não só da Legionários, mas também da Santa Fé. No
momento, a ordem se encontra sob intervenção do Vaticano.
O
especialista em religiões Bernardo Barranco disse que o Vaticano
deveria exigir que a ordem prestasse contas à opinião pública sobre o
acobertamento da vida dupla de Maciel. Não há nenhum indício de que isso
venha ocorrer algum dia.
Alberto
Athié, ex-sacerdote diocesano Alberto Athié, que denunciou os abusos
sexuais de Maciel e teve de enfrentar o revide da hierarquia da igreja
na época, comentou a foto em que o padre aparece em seu leito de morte,
tendo ao lado seus seguidores. "Parece a morte de um mafioso ao qual
eles juram fidelidade."
Trajetória do chefão da máfia de batina
..
Com informação do Religión Digital.
Pedófilo, ladrão e drogado. Esse foi o criador da Legionários de Cristo
Pedófilo,
ladrão, drogado. Marcial Maciel, definitivamente a antítese de um
santo, foi, ao mesmo tempo, o fundador da congregação mais conservadora e
uma das mais poderosas da Igreja. Após sua morte, em 2008, revelou-se a
sua farsa. Entramos no território privado onde os legionários se
confessam.
São a ponta de lança
da Igreja mais conservadora. Não se permitem concessões. Não perdem o
tempo. É pecado. Sua caça e pesca de fundos e vocações não se detém.
Assim como a sua fome de influência. Uma questão de poder no seio da
Igreja.
Em
1950, só tinham um sacerdote, seu fundador, Marcial Maciel. Hoje, cerca
de mil. Sua estratégia corporativa foi a de crescer a todo o custo.
Copiando o ardor guerreiro dos jesuítas e o elitismo da Opus Dei. E
acrescentando uma pitada de secretismo.
Seu
objetivo sempre foi o de atrair os "líderes do mundo". Como confirma um
velho legionário: "Maciel tinha clareza que tínhamos que ir para a
ponta da pirâmide. Pelos líderes naturais e econômicos e, por meio de
nossos colégios, pelos seus filhos. A chave era influenciar. E,
teoricamente, ajudar os pobres através dos ricos, como Robin Hood".
Na
Legião, tudo está regulado. Da vestimenta (distinta) ao modelo de
relógio (sem adornos e com pulseira preta). Do tempo que um sacerdote
deve rezar por dia (três horas) e escovar os dentes (três vezes) até a
forma de comer espaguete (cortando-os, nunca enrolando-os no garfo).
Algo
que se estende a seu movimento leigo, o Regnum Christi, no qual o
manual redigido por Maciel orienta milimetricamente a vida de seus
membros; suas amizades, namoro, sexualidade, forma de vestir, espírito
laboral, educação dos filhos, caça de fundos e pesca de vocações. Maciel
chega a aconselhar seus seguidores que incluam a congregação "em seu
próprio testamento".
Eram os
eleitos. Iam salvar a Igreja. Foram o eficaz martelo da Santa Sé contra
aTeologia da Libertação; ativistas incansáveis contra a camisinha, o
aborto, a eutanásia e a reprodução assistida, inimigos do casamento
entre pessoas do mesmo sexo. Generosa fonte de financiamiento para o
Vaticano e, sobretudo, a fiel cavalaria leve de João Paulo II para
implantar seu modelo de catolicismo: resistência, reconquista e
restauração. A Igreja como poder político.
A
Legião cresceu muito rapidamente. Tinha os pés de barro. E um terrível
segredo em seu interior, que, após décadas de ocultamento, acabaria
estourando: seu fundador, Marcial Maciel, nascido no México em 1921, era
um farsante.
ão legionário,
relembra as pompas da Legião de Cristo em novembro de 2004, no Vaticano,
quando João Paulo II celebrou os 60 anos de profissão sacerdotal do
fundador. Era a consagração da congregação.
"João
Paulo II nos dizia: 'Se sente, os legionários estão presentes'. E você
acreditava que era o melhor da Igreja. Pensava: sou do Regnum Christi e
que fácil é ser do Regnum Christi".
"Quando,
em 2009, o padre Luis Garza (número dois da Legião) nos confessou a
vida imoral do padre Maciel, chorei três dias... Passei da Disneylândia
para a realidade".
Pergunto ao
padre Miguel Segura, valenciano, de 39 anos, reitor da comunidade de
Roma, mestre de noviços, físico de nadador e um dos homens mais
influentes da Legião:
- O senhor autorizaria que se infligisse castigo físico para vencer a tentação?
-
Para começar, se você tem uma sexualidade descontrolada, não pode
entrar na Legião. Aqui, é preciso viver sadiamente. E, se apertar, eu
recomendo amizade, esporte e descanso. Se essa pessoa for homossexual,
eu lhe aconselharia que abandonasse a Legião. Se você é gay, não pode
ser legionário. Não pode ser sacerdote. Não pode viver a castidade
rodeado de homens. Enquanto aos cilícios e a se açoitar... são
demonstrações de vaidade. EU aconselho que se levantem antes, jejuem,
deem-se banhos frios... Que não ponham sua integridade física em risco.
Diante da gravidade dos fatos, o Papa foi além da pura retórica.
A
maquinaria vaticana se encontra na disjuntiva de dissolver, refundar ou
simplesmente reformar a ordem. Qualquer possibilidade está à vista.
No
último dia 9 de julho, Bento XVI nomeou o arcebispo italiano Velasio de
Paolis, de 74 anos, como comissário para a Legião de Cristo.
De
Paolis substitui Álvaro Corcuera, que de 2005 até hoje detinha esse
cargo. O arcebispo italiano presidia a Prefeitura para os Assuntos
Econômicos da Santa Sé.
Desde a
condenação de Bento XVI contra Maciel em maio deste ano, seus retratos
desapareceram da Legião. Terão sido queimados? Ninguém sabe.
Marcial
Maciel, exemplo durante décadas, faleceu de câncer em janeiro de 2008,
em Jacksonville, Flórida, 20 meses depois de ter sido afastado da
prática do sacerdócio por ter abusado de 20 seminaristas. Não houve
julgamento.
Os abusos sexuais eram o primeiro capítulo da biografia de crimes que seriam conhecidos nos meses seguintes.
A
declaração da Santa Sé sobre a vida e a obra de Maciel concluía: "Seus
comportamentos gravíssimos e objetivamente imorais se configuram, às
vezes, em autênticos delitos e manifestam uma vida carente de escrúpulos
e de verdadeiro sentimento religioso".
Os
números dos Legionários: 15 universidades na Espanha e 48 no México,
177 colégios, 133.000 alunos, 20.000 empregados, 3.450 sacerdotes, 1.000
consagradas (sua rama feminina de religiosas sem hábito) e 75.000
membros do Regnum Christi, o braço laico da organização.
Do La Vanguardia, do México
Do La Vanguardia, do México
Tradução de Moisés Sbardelotto
Pervertido se passou por santo com as bençãos do Vaticano
Maciel foi citado como exemplo por João Paulo II |
Em
Roma, a combinação fatal da teoria da conspiração, da cultura do
segredo, de um anticomunismo de guerra fria, e da obsessão produtivista
das vocações permitiu a um pervertido, Marcial Maciel, de se fazer
passar por um santo e de enganar Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João
Paulo II. Agora, o Vaticano resume a carreira do homem que foi um
fantástico sargento de recrutamento da seguinte forma: ‘Uma vida sem
escrúpulos e sem autêntico sentimento religioso’.
Os
sacerdotes e os fiéis que fazem parte dos Legionários de Cristo ou do
seu ramo leigo, a Regnum Christi, são as primeiras vítimas. Tirando um
punhado de cúmplices e lacaios, o seu compromisso sincero e generoso não
pode ser posto em questão.
As
medidas cautelares podem parecer justas para salvar o que pode ser uma
rede da maior envergadura, em que muitas coisas boas foram feitas. E
parece que é nesse sentido que os esforços devem ser vistos.
Mas não se pode pretender ‘refundar’ uma casa que tem, sob belas paredes, fundações tão ruins.
Concordo
aqui com o norte-americano George Weigel, um católico conservador,
durante muito tempo próximo desta congregação e biógrafo autorizado de
João Paulo II. Como ele, também penso que deveríamos dissolver os
Legionários de Cristo e propor àqueles que o desejarem entrar no clero
diocesano ou em outras ordens religiosas. Em seguida, um pequeno grupo,
talvez, poderia criar algo diferente, sobre outras bases que não aquelas
do sigilo, do poder e do dinheiro.
Por
que eu sou tão radical? Em parte por causa do contexto. O catolicismo
atravessa uma crise de credibilidade. O processo feito sistematicamente
contra a Igreja tem algo de irritante, e eu já escrevi sobre isso. Mas
nossa época rebelde à moral é puritana à sua maneira. Ela é menos
tolerante à contradição entre um discurso virtuoso e uma prática
ineficiente viciada ou viciosa. Isto, ela está exigindo um preço bem
alto.
Mas Bento XVI assumiu um
papel ingrato e corajoso ao tentar cortar o abscesso dos escândalos de
pedofilia ou, mais recentemente, ao criar uma comissão da verdade sobre
as “aparições” de Medjugorje.
A
impressionante pesquisa de Jean Mercier, na La Vie, mostra como o ainda
cardeal Ratzinger quis fazer a limpeza entre os Legionários, mas foi
impedido por conta do apoio que o seu fundador havia granjeado nas
fileiras de um João Paulo II envelhecido. Ratzinger deve agora ir até o
final.
E tem mais. Todas as
grandes ordens religiosas estão assentadas sobre o carisma de um santo
ao qual é preciso continuamente voltar para se refontalizar. Mas, aqui, o
santo é um impostor, cuja adoração derivou em idolatria. Os Legionários
não se desviaram, mas trabalharam desde os primeiros anos sobre uma
mentira, uma cultura da dissimulação dessa mentira e sobre o culto do
gênio de um mentiroso.
De uma
perversão tão diabólica não pode surgir nada que seja evangélico. Não se
pode ‘desmacielisar’ [de Maciel] os Legionários de Cristo como não se
pode ‘desestalinizar’ [de Stalin] ou ‘desleninisar’ [de Lênin] o
comunismo. Não podemos fundar um futuro sobre uma pintura retocada ou
sobre um buraco.
Jean-Pierre Denis, da revista católica francesa La Vie
Padre Marcial Maciel teria estuprado dois de seus filhos
Padre Marcial Maciel teria estuprado dois de seus filhos
O
fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, que morreu há dois
anos acusado de múltiplos abusos sexuais, manteve uma relação de
aproximadamente 25 anos no México com uma mulher, com a qual teve dois
filhos próprios e um adotivo, segundo garantiram nesta quarta-feira os
envolvidos.
Padre Maciel, o devasso |
“Ele
tinha 56 anos e eu 9. Ele me disse que era viúvo e que andava buscando
uma moça para se casar”, contou Blanca Estela Lara Gutiérrez no início
do relato sobre a relação que afirma ter tido com Maciel, que se fazia
passar por José Rivas ou Raúl González.
Maciel,
fundador de uma das congregações mais conservadoras e poderosas da
Igreja, muito próxima ao Papa João Paulo II, foi afastado em 2006 do
ministério público assim que começou o Pontificado de Bento XVI.
A
pena foi considerada como resultado de mais de uma década de denúncias
de abusos sexuais de ao menos 30 seminaristas e estudantes. Mesmo assim,
o Vaticano não deu as razões e decidiu não submeter Maciel a processo
canônico devido a sua idade avançada.
Depois
da morte do sacerdote aos 87 anos, em 31 de janeiro de 2008,
descobriu-se que havia tido uma filha na Espanha e começaram a surgir
suspeitas de mais uma ou mais famílias no México.
Lara
Gutiérrez afirmou que o sacerdote lhe dizia que trabalhava na empresa
petrolífera Shell, que era detetive privado e até agente da CIA. Ela
tomou conhecimento da verdadeira identidade em 1997 quando foi publicado
um artigo na revista Contenido sobre as denúncias de abuso sexual.
“Foi
quando me inteirei da verdadeira história, do outro rosto”, indicou.
“Eu o idolatrava, o adorava. Eu estava totalmente cega”. A relação
terminou alguns anos depois.
De
acordo com a afirmação de Lara Gutiérrez, do vínculo nasceram Raúl e
Cristian González Lara. Com nome falso, Maciel teria adotado também
Omar, um filho que ela havia tido em relação anterior. Cristian, o menor
dos três, está com 17 anos. A idade dos demais não foi divulgada.
No
programa foram divulgados áudios de conversas supostamente tidas por
Raúl González, filho da mulher, com representantes dos Legionários de
Cristo e com um dos cinco bispos da comissão investigadora, que
confirmaram suas declarações.
Tanto
Omar como Raúl disseram que foram abusados sexualmente por seu pai
quando eram pequenos, algo que revelaram à sua mãe em 1999. Raúl disse
que o primeiro abuso ocorreu quanto tinha sete anos, em uma viagem a
Colômbia, e que duraram cerca de oito anos.
“Fomos
vítimas também de meu papai, infelizmente”, afirmou Raúl, que reclama
do Vaticano um reconhecimento público de todas as vítimas e
ressarcimento econômico.
A
família também procura um testamento que supostamente Maciel lhes
deixaria, que lhes dizia, de com suas palavras, que se algo lhes
acontecesse, recorressem ao “senhor Alvaro Corcuera”, que é o atual
superior dos Legionários.
Maciel, padre mulherengo e viciado em drogas |
Aí,
ambos reconhecem a assinatura e a letra de Maciel em documentos
mostrados por González e revelam que o fundador dos Legionários “poderia
estar pedindo dinheiro (a doadores), mas que não entrava nas contas da
Congregação”.
Também mencionam
que existia uma família em Acapulco que “também estava em seu círculo
íntimo” e que “esteve próximo do padre Maciel nos anos antes de sua
morte”.
..
Do site Religión DigitalNo Paulopes
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