A
política americana vai evidenciando que a reeleição do presidente
Barack Obama vai se tornando vítima de uma espécie de alicate.
De um lado, os republicanos – como um todo, e não apenas o Tea Party –
invocando a “grandeza perdida” dos Estados Unidos, como ficou claro no
discurso de Mitt Rommey
, semana passada. Não foi casual, certamente, mas ancorado em avaliações de pesquisa e não em algum sermão dominical.
De outro, o crescente movimento de insatisfação dos jovens e do do que se poderia chamar de esquerda americana.
Há quatro anos, na campanha que elegeu Obama, este grupo era seu maior
promotor, enquanto aquele, arruinado pelo melancólico fim da Era Bush,
apenas gaguejava ou mostrava seu lado folclórico com a
“Mulher-Maravilha” Sara Palin.
Esta madrugada,
mais cem pessoas foram presas, agora em Boston, em mais um dos protestos que se espalham nos EUA.
O levantamento de aprovação desaprovação realizado pelo Instituto Gallup
registrou, semana passada, o menor índice de aprovação ao atual
presidente em todo os seus quase mil dias de mandato: 38%. Na primeira
semana de outubro, a pesquisa registrou 40% de aprovação e 53% de
reprovação. A esta altura do mandato, entre os presidentes americanos
das últimas décadas, só Jimmy Carter tinha índices neste patamar. O
próprio George W. Bush só chegaria a amargar seus parcos 29% de
aprovação lá pelo segundo trimestre de seu último ano.
Os espaços estão se fechando. Até mesmo um pré-candidato negro os republicanos arranjaram:
Herman Cain, um empresário de Atlanta, na Georgia, que aparece bem nas pesquisas internas do partido.
Obama precisa desesperadamente do que parece ser mais difícil: uma rápida recuperação da economia.
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