Sheik,
do Corinthians, já é investigado por lavagem de dinheiro; Diguinho tem
passado de brigas em boates; Latino sofre acusação por estupro, cujo
processo corre em segredo de Justiça; e Belo só está livre pelo regime
de progressão
“Sou um
atleta e não um maloqueiro. Sou um trabalhador. Foi tudo esclarecido”,
disse o jogador Emerson Sheik, titular do Corinthians, em entrevista ao
jornal O Globo. O jogador corintiano, o volante Diguinho, do Fluminense,
o meia Kleberson, do Atlético Paranaense, e os cantores Latino e Belo
tiveram seus carros confiscados na sexta-feira, 7, durante a maior
operação realizada pela Polícia Federal este ano no país – a Black Ops.
A
megaoperação resultou na prisão de ao menos 13 pessoas, entre elas três
PMs e um israelense procurado pela Justiça americana sob acusação de
lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. De acordo com as investigações,
a quadrilha importava carros usados e os vendia como novos, para lavar
dinheiro obtido com a exploração de caças-níqueis. Os veículos vinham
dos Estados Unidos e eram importados ilegalmente.
Não
é a primeira vez que Emerson Sheik tem problemas com a Polícia Federal.
No dia 20 de janeiro de 2006, Sheik foi preso por agentes da Polícia
Federal no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no
Rio de Janeiro, quando tentava embarcar para os Emirados Árabes com
documentos falsos. Em uma certidão de nascimento falsa, que foi usada
para emitir o passaporte, havia a informação de que ele nascera em 6 de
dezembro de 1981, em Nova Iguaçu, com o nome Márcio Emerson Passos, mas
sua certidão de nascimento original diz que ele nasceu em 6 de setembro
de 1978, com o nome Márcio Passos de Albuquerque. A justiça brasileira
pediu a quebra de sigilo fiscal do jogador, que também é acusado por
lavagem de dinheiro. Os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de
divisas podem levar a penas que variam de dois a dez anos.
Entre
os envolvidos na operação, o cantor Belo tem o maior histórico de
problemas com a justiça. Ele foi acusado pelo Ministério Público do Rio
de Janeiro por envolvimento com traficantes cariocas. Em 30 de dezembro
de 2002, Belo foi condenado a oito anos de prisão — por tráfico de
drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de armas. O cantor
cumpriu pena em regime fechado. Em março de 2006 foi concedido a
progressão para o regime semi-aberto.
A
vida polêmica do cantor Latino continua movimentando as colunas de
fofocas. Ele também já esteve envolvido em escândalos policiais. Em
julho do ano passado, Latino foi acusado de estupro pelo Tribunal de
Justiça de Minas Gerais. O caso teria acontecido após um show na cidade
de Liberdade, quando uma menor de 13 anos teria sofrido abusos cometidos
por ele em seu camarim. A investigação corre em segredo de Justiça.
Caso Latino venha ser condenado, a pena pode variar entre oito e 15 anos
de reclusão.
Os escândalos
protagonizados pelo volante do Fluminense, Diguinho, também são
frequentes no mundo do futebol. Em novembro do ano passado, durante a
festa de aniversário do goleiro Fernando Henrique, Diguinho se envolveu
em uma discussão que culminou numa briga com três rapazes. Os homens
agrediram o volante, que acabou machucando a mão. Os rapazes não
prestaram queixa, mas o jogador chegou a ser advertido pela diretoria do
clube. Frequentador assíduo da noite carioca, Diguinho foi agredido por
torcedores durante um treino do Fluminense, em novembro de 2009. Cerca
de 30 integrantes de uma facção organizada do time carioca invadiram o
campo das Laranjeiras para cobrar o volante. Na confusão, Diguinho levou
um soco no estômago.
A
trajetória do meia Kleberson, outro acusado de ter comprado um carro de
luxo da quadrilha desbaratada, é marcada por hábitos discretos. O
jogador foi revelado pelo Atlético-PR. Em 2004, foi vendido para clube
inglês Manchester United, onde tornou-se o primeiro jogador brasileiro
da agremiação. Dois anos mais tarde, retornou ao Brasil, de contrato
assinado com o Flamengo. Durante o Campeonato Brasileiro deste ano, o
jogador foi emprestado para o clube que o revelou. O mandado de
apreensão do carro do jogador foi cumprido às 6h na casa dele – e
surpreendeu a todos. O carro de Kleberson, um modelo Jeep Hummer, que
teria sido importado ilegalmente dos Estados Unidos, foi levado para a
Receita Federal. Segundo a assessoria da PF, Kleberson teria agido de
"boa fé" e atendido tranquilamente o pedido dos policiais.
A
investigação da operação Black Ops contou com o apoio de agências de
inteligência de Israel, da Inglaterra e dos Estados Unidos. De acordo
com agentes da Polícia Federal, entre os veículos apreendidos estão uma
Lamborghini e um Ford Mustang 500. Os veículos foram encaminhados à
Receita Federal e ficarão à disposição da Justiça.
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