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Delegado da Polícia Federal e deputado pelo PCdoB, Protógenes Queiroz diz à Carta Maior que João Dias Ferreira cria narrativa contra ministro Orlando Silva com ajuda de Veja e oposição para clima político 'contaminar' olhar da PF e do Ministério Público sobre supostas provas. Segundo ele, PF investiga se João Dias vendeu áudio. Câmara aprova convite para PM depor.
André Barrocal
BRASÍLIA – O policial militar João Dias
Ferreira, que acusa o ministro do Esporte, Orlando Silva, de liderar
esquema de corrupção, tenta contaminar politicamente as supostas provas
que diz possuir, ao falar primeiro com uma revista e, depois, com
adversários do governo, antes de entregá-las à Polícia Federal (PF) ou
ao Ministério Público (MP).
A avaliação é do delegado da PF Protógenes Queiroz, que já teve de lidar com situações parecidas quando investigou, por exemplo, o banqueiro Daniel Dantas. Hoje deputado federal pelo partido de Orlando Silva, Protógenes acompanhou o longo depoimento do ministro prestado nesta terça-feira (18) à Câmara.
Para o deputado-policial, com a ajuda da Veja, dos órgãos de imprensa que a replicaram e de líderes oposicionistas no Congresso, João Dias criou um narrativa que se dissemina e vai se assentando na sociedade. “Quando as provas chegarem ao agente público [PF ou MP], já estarão contaminadas pelo clima político”, disse Protógenes à Carta Maior.
Em reunião com líderes de PSDB, DEM e PPS nesta terça (18), João Dias contou que teria gravações incrminadoras contra Orlando Silva, envolvendo não o ministro, mas um secretário dele. Na conversa, o policial teria dito ainda, segundo relato de bastidores da oposição, que a gravação será objeto de nova reportagem da Veja, no fim de semana.
João Dias foi ao Senado à tarde depois de ter dito à PF, pela manhã, que não poderia depor, como estava combinado, por problemas de saúde. Para Protógenes, João Dias “mentiu”, e a PF deveria ter ido ao Senado prendê-lo. “Ele é um aproveitador que está tentando retardar as punições e ganhar dinheiro. Se fosse sério, não teria procurado um veículo [Veja] inidôneo”, afirmou.
Segundo o deputado, a Polícia Federal, que investiga o caso a pedido do ministro, está apurando se João Dias vendeu à revista o áudio que diz ter. Essa seria a forma de “ganhar dinheiro”. E o policial precisa. O ministério do Esporte cobra dele a devolução de mais de R$ 3 milhões que teriam sido desviados de duas entidades ligadas a João Dias que fizeram convênios com a pasta.
Por causa do desvio, o PM é réu em ação criminal do Ministério Público, e o “clima político” que ele criou, passando ao papel de vítima, seria a maneira de “retardar” o julgamento.
Na Justiça do Distrito Federal, João Dias é alvo de sete processos. Quatro por execução de títulos não pagos (total de R$ 200 mil), duas ações de despejo por calote (R$ 700 mil no total) e uma ação criminal por porte de arma em desacordo com o Estatuto do Desarmamento (pena de um a três anos de cadeia).
Nesta quarta-feira (19), a comissão da Câmara que ouvira Orlando Silva na véspera - Fiscalização e Controle - aprovou pedido da oposição para que o PM também possa falar. O depoimento ainda não foi marcado.
A avaliação é do delegado da PF Protógenes Queiroz, que já teve de lidar com situações parecidas quando investigou, por exemplo, o banqueiro Daniel Dantas. Hoje deputado federal pelo partido de Orlando Silva, Protógenes acompanhou o longo depoimento do ministro prestado nesta terça-feira (18) à Câmara.
Para o deputado-policial, com a ajuda da Veja, dos órgãos de imprensa que a replicaram e de líderes oposicionistas no Congresso, João Dias criou um narrativa que se dissemina e vai se assentando na sociedade. “Quando as provas chegarem ao agente público [PF ou MP], já estarão contaminadas pelo clima político”, disse Protógenes à Carta Maior.
Em reunião com líderes de PSDB, DEM e PPS nesta terça (18), João Dias contou que teria gravações incrminadoras contra Orlando Silva, envolvendo não o ministro, mas um secretário dele. Na conversa, o policial teria dito ainda, segundo relato de bastidores da oposição, que a gravação será objeto de nova reportagem da Veja, no fim de semana.
João Dias foi ao Senado à tarde depois de ter dito à PF, pela manhã, que não poderia depor, como estava combinado, por problemas de saúde. Para Protógenes, João Dias “mentiu”, e a PF deveria ter ido ao Senado prendê-lo. “Ele é um aproveitador que está tentando retardar as punições e ganhar dinheiro. Se fosse sério, não teria procurado um veículo [Veja] inidôneo”, afirmou.
Segundo o deputado, a Polícia Federal, que investiga o caso a pedido do ministro, está apurando se João Dias vendeu à revista o áudio que diz ter. Essa seria a forma de “ganhar dinheiro”. E o policial precisa. O ministério do Esporte cobra dele a devolução de mais de R$ 3 milhões que teriam sido desviados de duas entidades ligadas a João Dias que fizeram convênios com a pasta.
Por causa do desvio, o PM é réu em ação criminal do Ministério Público, e o “clima político” que ele criou, passando ao papel de vítima, seria a maneira de “retardar” o julgamento.
Na Justiça do Distrito Federal, João Dias é alvo de sete processos. Quatro por execução de títulos não pagos (total de R$ 200 mil), duas ações de despejo por calote (R$ 700 mil no total) e uma ação criminal por porte de arma em desacordo com o Estatuto do Desarmamento (pena de um a três anos de cadeia).
Nesta quarta-feira (19), a comissão da Câmara que ouvira Orlando Silva na véspera - Fiscalização e Controle - aprovou pedido da oposição para que o PM também possa falar. O depoimento ainda não foi marcado.
Do Site Carta Maior.
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