Enviado por luisnassif, seg, 07/11/2011 - 21:12
Autor: droubi
Tanto na chamada de abertura do noticiário, quanto na chamada da matéria, a Rede Globo noticiou a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes como um atentado à liberdade de imprensa no Brasil.
Justo no momento em que começam a se acirrar os ânimos sobre uma possível nova Lei de Meios de comunicação no Brasil.
Como se o tiro de fuzil que atingiu o cinegrafista da Rede Bandeirantes tenha sido para calar a imprensa, ou coisa do gênero.
Qualquer pessoa de bom senso sabe que é no mínimo ridículo pensar que um cinegrafista atingido por uma bala de fuzil no meio de um tiroteio entre traficantes contra policiais pode ter sido vítima de um atentado contra a liberdade de imprensa no Brasil.
Como se a bala tivesse sido dirigida especialmente para ele.
Alguém imagina que um traficante, no alto de um morro, munido de um fuzil, trocando tiros com a polícia, está a pensar em liberdade de imprensa?
A Rede Globo deveria ter um mínimo de respeito e consideração com o profissional que morreu a serviço da própria imprensa e dar a notícia de uma forma adequada e não usar a sua morte como uma ferramenta para a defesa de interesses mesquinhos de uma imprensa golpista e gananciosa.
E mais respeito também com a inteligência de seus telespectadores, que não precisam ficar ouvindo abobrinhas no noticiário ainda antes do café-da-manhã.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/11/corpo-de-cinegrafista...
Edição do dia 07/11/2011
07/11/2011 07h39 - Atualizado em 07/11/2011 07h50
Corpo de cinegrafista morto em tiroteio no Rio será enterrado hoje
Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, foi assassinado por traficantes na
Favela de Antares, Zona Oeste do Rio. Ele cobria, com outros colegas
jornalistas, uma operação da polícia.
Na chegada à favela, a polícia é recebida a tiros. Os policiais estão acompanhados por um grupo de jornalistas, de vários órgãos de imprensa. Entre eles Gelson Domingos, repórter cinematográfico da TV Bandeirantes.
Quando os repórteres constatam que há tiroteio intenso, tomam a decisão recomendada pelos especialistas em segurança: não entram na favela e ficam em uma área protegida, longe dos tiros. Nas imagens do repórter cinematográfico da TV Globo, Allex Neder, é possível escutar o repórter da Band, Ernani Alves, falando com o cinegrafista: “Protege aí, Gelson”.
Isso tudo acontece em um dos acessos à comunidade de Antares. O cinegrafista da Band e os outros profissionais da imprensa permanecem fora da favela, protegidos atrás de muros. Eles ficam na companhia de um grupo de policiais do Batalhão de Choque, que está aguardando, enquanto homens do Bope ocupam a área dentro da Favela de Antares.
Depois de alguns minutos, os tiros cessam. Os jornalistas ouvem a informação de que o Bope teria controlado a favela. Os policiais do choque entram na comunidade. Os jornalistas, então, tomam a decisão de acompanhá-los.
O repórter e o cinegrafista da Band, além do cinegrafista da Globo, seguem juntos. Em seguida, o cinegrafista da Record se junta ao grupo. Poucos minutos depois, o tiroteio recomeça, surpreendendo a todos. O repórter cinematográfico da Band percebe que os bandidos os localizaram. Policiais e jornalistas avançam mais alguns metros. No final da rua, a tensão aumenta. Os policiais percebem o perigo, e os tiros recomeçam.
Não é possível ver, mas Gelson está filmando do outro lado da rua e acaba atingido. Com o cinegrafista da Bandeirantes caído, o tiroteio continua. O policial atira, dando cobertura para que o outro PM chegue até Gelson. O jornalista usava um colete à prova de balas, que não foi suficiente para protegê-lo. Os policiais aguardam aproximadamente dez minutos até a chegada do reforço do Bope, que permite retirar o grupo da favela.
Gelson Domingos foi trazido por policiais em uma viatura do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Os médicos que atenderam o cinegrafista disseram que ele já chegou morto na unidade, que tentaram ressuscitá-lo e não conseguiram. A bala de fuzil perfurou o colete que Gelson usava sobre a camiseta, entrou pelo peito e saiu pelas costas.
“Ele gostava de fazer, é a profissão dele. Amava a profissão dele”, comentou o irmão de Gelson Domingos, Ricardo Silva.
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