Hoje, li ou ouvi o que dizem três jornalistas da
Folha sobre a doença, o tratamento e a repercussão política da situação de Lula.
Madame Eliane Cantanhede, com a falta de modos que lhe é peculiar,
escreve sobre a volta de quem chama de “a fera” à política. Algumas
frases, recolhidas com luva plástica, claro:
“Tudo bem largar de vez a maldita cigarrilha, parar de tomar seus
goles, controlar a gula e resistir às comidas pesadas de que tanto
gosta.”
“Lula se deleitava com o poder, os holofotes e as mordomias, mas
adorou se livrar da administração, da papelada que nunca lia, das
solenidades entediantes, da legião de puxa-sacos e até do terno que foi
obrigado a aturar em oito anos de mandato”.
“Quem visita o ex-presidente diz que ele parece pinto no lixo
moldando a candidatura Haddad, botando o PT paulista no bolso,
divertindo-se com a agonia do PSDB (quem tem quatro candidatos não tem
nenhum, só um medo danado de perder para o adversário inventado por
Lula)”.
“Quimioterapia é dureza. O cabelo cai, a barba se vai, o estômago
embrulha, o cansaço pesa. Mas nem isso vai afastar “a fera” da política.
E os médicos vão até gostar. Tanto quanto a químio, a política é tiro e
queda para Lula derrotar o câncer”.
Que texto “cheiroso”, não é? Que delicadeza, que sensibilidade humana…
A segunda foi a D. Monica Bergamo, em sua coluna, vivamente
interessada em quem está pagando o tratamento de Lula. Ora, isso é um
problema particular dele, não interessa a mais ninguém. Se o jornal
soubesse de alguma “maracutaia” nisso, vá lá. E olha lá se os médicos
vão querer cobrar, hein, porque a mídia e o destaque que obtêm – alguns
até falando demais – lhe garantem destaque e notoriedade.
Mas nem tudo está perdido. Ouvi, cedo, o
comentário de Kennedy Alencar – uma pessoa que tem educação e respeito humano, na CBN.
“Essa agenda do Lula, cheia de palestras, que ele está cobrando, é
uma forma que ele encontrou, fora do Governo, para construir um
patrimônio, para deixar para a mulher, os filhos e os netos. O Lula não é
um político rico. Em 40 anos de política, ele não ficou rico, ao
contrário de muitos políticos”.
Existe, como se vê, gente capaz de ser crítica e fazer análise
política sem deixar de ser um ser humano equilibrado e respeitoso. Isso
não deveria merecer elogios, é o que se espera de qualquer um. Mas é tão
raro encontrar que a gente tem de registrar, não é?
Do Blog
TIJOLAÇO.COM
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