Romário e Randolfe enfrentarão na bola Fifa e CBF
“Pelada” dos parlamentares terá como objetivo protestar contra a Lei Geral da Copa e as ingerências da Fifa e da CBF nos preparativos para a Copa do Brasil 2014
Uma
pelada de futebol será a próxima manifestação de contrariedade de
parlamentares à Lei Geral da Copa, em tramitação no Congresso, e à
forma como a Fifa e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conduzem as
negociações para a realização Copa do Mundo no Brasil, em 2014. O
senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e o deputado Romário (PSB-RJ),
literalmente craque no assunto, programaram para 15 de dezembro, no
Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, uma partida de futebol que, reunindo
personalidades e outros parlamentares, servirá como uma espécie de ato
de desagravo às entidades de futebol.
“A ideia é nós iniciarmos um ciclo de mobilizações contra os vários absurdos que tem a Lei Geral da Copa”, disse Randolfe ao Congresso em Foco, mencionando o “conjunto de absurdos” da legislação sugerida aos parlamentares, que já recebeu dezenas de emendas ao texto principal, como este site mostrou em 11 de outubro.
Polêmico, o tema suscitou divergência já no nascedouro: as sugestões
paralelas já estavam prontas no dia da instalação da comissão especial
destinada à essa discussão. A matéria ainda está na fase de audiências
públicas no colegiado.
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“Tem
o chamado marketing de emboscada, tem a exclusividade da bebida que
patrocina a Fifa…”, acrescentou Randolfe, que recebeu Romário nesta
quinta-feira (17) em seu gabinete e com ele acertou como será o evento,
que deve ter entrada franca e está pré-intitulado “A favor do Brasil,
contra a Fifa”. Ele personalizou as críticas ao dizer que o ato,
suprapartidário, tem caráter de oposição “ao senhor Ricardo Teixeira”,
presidente da CBF às voltas com diversos tipos de acusação – de desvio
de dinheiro e pagamento de propina a membros da Fifa a fraude contábil.
Segundo
Raldolfe, serão convidados para a pelada nomes como os polêmicos
jornalistas Juca Kfouri e Jorge Kajuru, críticos ferrenhos de Ricardo
Teixeira e dos “poderes excessivos” da Fifa, além de parlamentares
diversos. “Dois meses depois, a ideia é realizar uma manifestação em
todas as cidades que vão sediar a Copa do Mundo”, acrescentou o
parlamentar amapaense, certo de que a visibilidade de Romário, campeão
mundial de futebol pela seleção brasileira, em 1994, vai mobilizar a
opinião pública e o próprio Congresso em torno da causa. “Romário vem
para o meu time”, adiantou o senador, brincando com o fato de poder, na
condição de co-organizador do evento, “definir a escalação da equipe”.
“Será a única vez em que vou fazer tráfico de influência.”
A
propósito do assunto, o jornalista escocês Andrew Jennings, que
denunciou escândalos na federação mundial e na confederação brasileira
de futebol, disse, em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco,
que o Brasil não precisa se curvar às exigências das organizações. Elas
ferem a soberania nacional, avalia Jennings. “Mandem eles tomar no…”,
sugeriu o jornalista.
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