Depois
de anos no poder, Heráclito Fortes, Arthur Virgílio, Marco Maciel,
Tasso Jereissati e César Maia perderam os cargos e tentam se recuperar
dos efeitos da Era Lula se candidatando a vereadores; pelas pretensões,
pelo menos de soberbos eles não podem ser acusados
Eles
ainda não se recuperaram. Depois de passar anos no poder, ex-senadores,
ex-prefeitos e até um ex-vice-presidente de partidos de oposição que
perderam a disputa por cargos eletivos durante o governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tentam se reerguer. E,
diga o que quiser, mas pelo menos de soberbos eles não podem mais ser
acusados.
As eleições municipais
de 2012 devem marcar o retorno à política de caciques que perderam o
posto por se opor ao governo Lula nos últimos oito anos, e pela entrada
mais humilde. O ex-vice-presidente da República e ex-senador Marco
Maciel (DEM-PE), o ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia (DEM-RJ) e
os ex-senadores Heráclito Fortes, Arthur Virgilio e Tasso Jereissati
perderam as últimas eleições para candidatos do governo e cogitam se
candidatar a vereadores de suas cidades no próximo pleito.
A
verdade é que eles foram punidos por ousar desafiar o poder e o
prestígio do então presidente Lula. E a mágoa ficou bem clara nos
discursos de despedida de alguns deles. Em sua última manifestação como
senador, Tasso Jereissati classificou o líder do PT como “uma decepção” e
o comparou a Macunaíma, o “herói errático” de Mário de Andrade que
andava pelo mundo sem plano que “não seja a sobrevivência”.
Heráclito
Fortes, por sua vez, criticou os elogios de Lula ao povo do Piauí por
não ter reeleito Mão Santa e o próprio Heráclito ao Senado. Na ocasião, o
ex-senador pelo Piauí comparou Lula a Hitler – pois os dois pregariam a
ditadura como forma de governo – e se referiu ao então presidente como
“bêbado”. Arthur Virgílio não deixou por menos e criticou Lula por
"fazer telemarketing" para os candidatos que o derrotaram no Amazonas.
A
postulação dos outrora figurões da política nacional a vagas nas
câmaras municiais é, no fundo, uma estratégia de seus partidos para
tentar recuperar o espaço perdido nos últimos anos. Com nomes fortes, de
expressão nacional, eles dificilmente perderão disputas em nível
municipal. Mas, recomeçando de tão baixo, até onde – e em quanto tempo –
eles conseguirão chegar?
No Brasil 247
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