quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quando os canalhas se acovardam

Estou voltando hoje depois de alguns dias de recesso. Senti o baque da revelação da doença de Lula logo após mais uma vitória da velha imprensa, que a despeito de não conseguir provar denúncias e agir claramente de forma partidária, ainda consegue derrubar ministros. Acompanhei precariamente as notícias nesses dias pois, sabia que o esgoto humano das redações e covis partidários viriam a tona e revelariam suas entranhas, mas vi o suficiente para confirmar o que previra.
Vi e li manifestações de profissionais de imprensa decentes como Luis Nassif, Kennedy Alencar e Bob Fernandes, mas o lugar comum que a maioria freqüentou foi mesmo um misto de hipocrisia (com falsos votos de restabelecimento), revanchismo e regozijo mal disfarçado. A reboque da campanha hipócrita de trolls financiados pela direita, pipocam matérias oportunistas sobre o atendimento público no SUS, sobretudo o oncológico. Eles expõem assim à população todo o seu preconceito com a ascensão de Lula, como se dissessem, esse mestiço nordestino e proletário não tem direito aos nossos ricos hospitais, afinal jamais cobraram de políticos aliados que utilizassem a rede pública para serem atendidos.
Assim como todos que raciocinam com o fígado, eles não conseguem medir seus atos e o tiro geralmente sai pela culatra. Açodados e incoerentemente despreocupados com a invasão de privacidade (só vista no caso do Linfoma que Dilma venceu), deram uma visibilidade exagerada ao caso sem evitar o uso político rasteiro. O que não perceberam a princípio, que independente do sucesso do tratamento a que Lula se submete, e tenho convicção forte que ele supera mais essa luta, certamente consolidará a imagem de mito no inconsciente coletivo.
O vídeo que Lula postou na internet demonstrando confiança e resignação fez com que a ficha de alguns enfim caísse, e depois de um início com estúpidas “previsões” de que a enfermidade de Lula causaria prejuízos ao PT nas eleições municipais do ano que vem, enfim começam a se dar conta que o poder de puxar votos do ex-presidente será ainda maior a partir desse evento.
Pensei que nada poderia ser mais patético que um blogueiro da VEJA desejando saúde a Lula, mas o suposto jornalista Ricardo Setti conseguiu se superar pedindo a Lula que não use a sua enfermidade com fins políticos, ou seja, tudo que eles de maneira mal dissimulada fizeram até agora. O pânico que alguns jornalistas têm da capacidade de comunicação direta do ex-presidente com a população ganha contornos patológicos, estão histéricos.
Antes Lula não poderia se manifestar politicamente porque era ex-presidente, apesar de nunca terem cobrado essa atitude de outros ex-presidentes que jamais interromperam a atividade política, agora não pode falar porque está doente? Até que ponto pode chegar o cinismo dos canalhas? Mais uma tentativa torpe de cassar a liberdade de expressão de seus desafetos, como se pudessem definir quem tem o direito ou não de participar da vida política do país.
Que tirem seus pangarés da chuva, se conheço o suficiente esse grande homem e animal político, a quem acompanho à distância por mais de trinta anos, enquanto tiver forças e oportunidades, Lula difundirá suas mensagens de apoio aos candidatos e governos que apóia e confia. Eles, os canalhas, tem duas alternativas: aprender a conviver com o contraditório respeitando o direito de Lula participar da vida política do país ou se acovardar como de costume.

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Do Blog TERRA BRASILIS.

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