DEMo, PSDB e PPS são contra lei que garante aumento real de salário entre 2012 e 2015
O
Supremo Tribunal Federal (STF) pode julgar nesta quinta-feira (3) a
ação direta de inconstitucionalidade apresentada por PPS, PSDB e DEM
contra a lei que estabelece uma política de valorização para o salário
mínimo entre 2012 e 2015. Os partidos de oposição ao governo federal
consideram que o mecanismo que permite a determinação dos valores por
meio de decreto presidencial viola a Constituição.
A
relatora da ação, a ministra Carmen Lúcia, deve se manifestar contra a
aceitação do pedido, levando em conta pareceres do Senado, da Câmara e
da Advocacia Geral da União (AGU) que não veem qualquer ilegalidade na
forma como será reajustado o salário mínimo. A lei 12.382, de fevereiro
deste ano, é fruto de acordo entre o Palácio do Planalto e as centrais
sindicais para manter a política de valorização estabelecida ainda no
governo Lula, que prevê que o mínimo seja reajustado levando em conta o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos doze meses anteriores
e o crescimento da economia brasileira de dois anos antes.
Para
os opositores, o artigo 7º da Constituição prevê que apenas uma lei
aprovada pelo Legislativo pode definir o valor do mínimo. “O que se
verifica na espécie nada mais é do que uma indisfarçada delegação de
poderes à Excelentíssima Senhora Presidente da República”, alega a ação.
“Tal delegação contrasta a mais não poder com a mais elementar
concepção de separação de Poderes.”
A
Advocacia Geral da União, que representa a Presidência da República,
manifestou ao STF que não vê este problema, uma vez que basta ao
Legislativo determinar a eventual revogação da lei e a edição de uma
nova, desde que assim deseje. A AGU acrescenta que não há
inconstitucionalidade porque o aumento salarial está regido pela lei
aprovada este ano no Congresso, e que cabe ao Poder Executivo
simplesmente declarar o novo valor, sem qualquer função regulatória.
Para o órgão, a lei garante um sentido de “gradualidade, estabilidade e
continuidade na promoção desse instituto social”, que passa a ser
consolidado por uma política de Estado, em substituição a eventualidades
de governos.
A aprovação do
projeto foi fruto do primeiro grande embate entre a oposição e o governo
Dilma Rousseff no Congresso. Enquanto PSDB, DEM e PPS alegavam que era
preciso debater a situação ano a ano, os partidos da base aliada ao
Planalto apontavam que o único anseio dos opositores seria criar uma
janela para discursos que visem a criar atritos entre o governo e a
opinião pública.
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