Gostaria
de falar de outra coisa. Não me agrada voltar sempre à tecla de Wiliam
Waack. O cara boa pinta, dono de 2 telejornais na rede Globo e que foi
flagrado pelo Wikileaks informando o governo americano sobre quem era
quem nas eleições do ano passado para a Presidência da República.
Informação
furada, diga-se de passagem. Porque o pequeno Wiliam (pequeno em
estatura moral) nas suas atividades de informante não tinha qualquer
compromisso com a verdade do processo eleitoral de então. Saiu de
embaixada em embaixada, as israelenses inclusive, dizendo que Serra
ganharia as eleições e que Dilma era a mais fraquinha de todos os
candidatos, sem chance nenhuma de vitória.
Não
se pense que o pequeno Wiliam seja ingênuo ou desinformado. Não, cobra
criada do jornalismo para-mercado da Globo e homem de relações muito
próximas ao tucanato, de cujos próceres foi assessor, Willy, o
informante, é amigo de todos os diplomatas que ocuparam embaixadas
importantes do Brasil, mundo afora. Inclusive Abdenur ex-embaixador
brasileiro nos Estados Unidos nos dourados anos de privatizações baratas
do governo FHC.
Então por que
cargas d’água Willy saiu por ai dizendo coisas que ele próprio sabia que
não ocorreriam, como a vitória de José Serra ano passado? Willy dizia o
contrário do que qualquer idiota nacional sabia porque o pequeno estava
trabalhando para a candidatura Serra buscando influenciar ao
Departamento de Estado norte-americano de que valeria a pena orientar as
maiores multinacionais americanas com atuação no país despejar
contribuições no candidato de seu grupo e da velha guarda fernandista do
Itamaraty.
Podemos ir um pouco
além. Não era só grana que movia Willy, mas a disposição de soprar ao
ouvido do governo americano uma senha para que Obama não inflasse ainda
mais a bolha Lula naquele momento, que parasse com aquele negócio de que
ele, Lula, era “o cara”.
Com
pouco mais de sorte Willy esperava que o governo americano desse um
tranco em Dilma, como de fato acabou ocorrendo pouco tempo depois quando
o governo americano expediu nota declarando Dilma como figura
“anti-mercado” e Serra figura mais simpática às empresas americanas.
No
mais, Willy atuou em linha com as grandes corporações do mundo
financeiro, Citybank à frente, para que não vingasse o projeto que hoje
se confirma de reduzir à paulada os juros altos, ganha pão de todos os
canalhas que vivem do suor de gente honesta, como gosta de dizer Delfim
Neto.
Tenho de, contra a vontade,
voltar ao assunto Waack porque não me contentei com as declarações da
Globo que em nota chamou-me de lunático e fantasista. Disse-o a
emissora que vive justamente de criar fantasias, e que no interregno
entre uma e outra julga poder empossar e derrubar presidentes ( vide
Collor).
E o que faz a Justiça
Federal para verificar o que fez de verdade o pequeno Willy, mesmo
dispondo de documento confidenciais, tornados públicos pelo Wikileaks?
Nada. Se se tratasse de um Zé Mané qualquer em débito com as Casas Bahia
por certo lhe tirariam o guarda-roupa. Mas em se tratando agora do
grande Wiliam Waack (grande em poder), amigo de gente com trânsito nas
chancelarias e dono de espaços nacionais na mídia de valor inestimável, a
reação é de dissimulado alheamento.
Ficará
o grande Willy impune e empregado na renomada emissora nascida da
costela de sua congênere norte- americana Time-Life. Mas definitivamente
o seu rosto que dará feição à traição e à hipocrisia da emissora do
capital financeiro.
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