sábado, 3 de março de 2012

As razões da subordinação de Kassab a Serra

Luis Nassif, blog: Luis Nassif Online
Lideranças do PSD estão imersas em elucubrações sobre os motivos que levaram o prefeito paulistano Gilberto Kassab a apoiar José Serra. 

Politicamente é um desastre para o PSD e, dentro do partido, para Kassab.

Chegou-se a aventar a possibilidade de Kassab estar nas mãos de Serra devido a algum segredo recôndito. A explicação é muito mais simples do que parece e pode ser buscada nas origens políticas de Serra, ainda no governo Montoro.

A carreira de Serra foi montada em cima de dois Serra, o 1 e o 2

Seu lado mais eficiente foi o Serra 2, da gestão financeira informal do partido. No governo Montoro indicou os financeiros das principais estatais paulistas; controlou a liberação dos precatórios; monitorou ferreamente a importação de equipamentos médicos. Mais tarde, comnandou a ala tucana do Banespa, através de seu sócio Vladimir Riolli; foi o tucano mais influente no Banco do Brasil, através de Ricardo Sérgio; no Planejamento, controlou as privatizações e foi o mais ferreo defensor (para dentro), embora se poupasse (para fora). Na Saúde, meteu-se na encrenca das ambulâncias. Eleito prefeito, trouxe para a prefeitura um conjunto enorme de prestadores de serviços que atuavam principalmente no Distrito Federal.  No Estado, teve o Rodoanel e Paulo Preto.

Serra 2 foi blindado pelo seu alter ego público, o Serra 1, suposto intelectual, economista desenvolvimentista etc. Foi uma blindagem esperta, porque contou, durante anos, com o aval de intelectuais de peso - como Maria da Conceição Tavares, Carlos Lessa e Luiz Gonzaga Beluzzo - iludiu políticos ladinos - como FHC e Lula -, sem contar os jornalistas que caimos nesse conto.”
 
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