terça-feira, 13 de março de 2012

Serra foi o mais cruel ministro do Planejamento

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad aumentou o tom das críticas ao pré-candidato do PSDB, José Serra, e ao prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (PSD), hoje (12) em visita à região de Perus, na zona oeste da cidade. Haddad classificou Serra como "o mais cruel ministro do Planejamento" com as universidades públicas federais e, sem citar diretamente Kassab, afirmou que este promove "um concurso de vices" ao querer exonerar cinco secretários para colocá-los à disposição do tucano.
Instado a comentar a versão segundo a qual o PCdoB se afastaria do PT e poderia eventualmente compor com Serra, Haddad afirmou: "Eu não tenho falado com o PCdoB ultimamente. Falei com o Orlando (Silva, ex-ministro) tem uns 15 ou 20 dias. Conhecendo a história do PCdoB e lembrando que talvez o Serra como ministro do Planejamento tenha sido o mais cruel do ponto de vista orçamentário com as universidades públicas federais e, conhecendo a história da luta do PCdoB em defesa das universidades públicas federais, cuja expansão nós patrocinamos, eu duvido que essa informação proceda", respondeu.
Indagado sobre os motivos de Serra ser o mais cruel ministro do Planejamento, Haddad afirmou que o governo do PSDB "privatizou o ensino superior do País". "Foi o maior corte orçamentário. Começou em 1995 o período de arrocho do orçamento ao longo de todo o período plurianual que foi elaborado por ele. O PCdoB sabe disso melhor do que eu porque sentiu na pele. O presidente da UNE à época sentiu na pele o que é ser tratado por um governo que privatizou o ensino superior do País".
O ex-ministro da Educação também disparou contra a administração municipal que, segundo ele, tenta "maquiar" os baixos índices de aprovação com um pacote de obras para a cidade. "Há um desconforto na cidade com os últimos oito anos, mesmo que nos últimos meses se queira maquiar o que está acontecendo. Acho que o prazo é curto para se reverter a percepção que foi-se tendo em oito anos de que o tempo foi em algumas áreas perdido", afirmou.
Sem citar o atual prefeito, criticou o possível afastamento de parte do secretariado municipal. "Essa hipótese do afastamento de cinco secretários municipais é como se houvesse um concurso de vices, em vez de cuidar da cidade até 31 de dezembro. Você exonerar cinco secretários para fazer uma seleção é um descaso com a cidade", avaliou.
Com baixos índices de intenção de voto apontados pelas pesquisas Haddad jogou para o início do horário eleitoral na televisão e no rádio a alavancagem de sua popularidade. "Entendo que, em uma cidade como São Paulo, o único veículo que te dá condições de ser conhecido é a televisão. Nós infelizmente perdemos esse tempo de TV no primeiro semestre e vamos ter de conviver com essa realidade de que não será nessas visitas (semanais nos bairros) que vai aumentar a exposição das nossas ideias e dos nossos pleitos. Numa sociedade de massas, vamos ter de usar um veículo de massa. Vai ficar para a campanha", considerou.
Lula
Haddad afirmou acreditar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retome na próxima semana as articulações políticas envolvendo a eleição municipal de São Paulo. Em visita à região de Perus, Haddad disse que conversou duas vezes com Lula por telefone hoje e afirmou que o ex-presidente pareceu animado.
"Ele tem que voltar ao hospital para concluir o ciclo de antibióticos até sexta-feira (16). Então, acho que a partir da semana que vem, de forma moderada, ele voltará a se reunir com os companheiros do PT", afirmou.
Questionado se Lula ligaria para Eduardo Campos, presidente nacional do PSB e governador do Pernambuco, para negociar uma possível aliança em São Paulo, Haddad respondeu: "Não posso te antecipar com quem ele vai falar, mas o presidente é bastante conversador". Haddad sustentou ainda que a voz de Lula está "bem melhor" e que sentiu no ex-presidente "condições de viver e participar da vida política do País".

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Do Blog O Esquerdopata.

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