NESSE MOMENTO PARECE QUE SÓ HÁ UMA
PESSOA, o Procurador Geral da República Roberto Gurgel, que continua não
'encontando' motivos para levar Perillo a ser investigado pelo STJ e
também para que compareça na CPMI. Perrillo e Gurgel, parecem, por
motivos diferentes e de forma distintas, completamente perdidos.
Em depoimento, delegado confirma venda da casa de Perillo para Cachoeira e remessa de dinheiro ao Palácio das Esmeraldas
10/05/2012
Mariana Jungmann e Luciana Lima
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Uma caixa de computador contendo R$ 500 mil foi entregue a
um assessor especial do governador de Goiás, Marconi Perillo, dentro do
Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano. A informação foi dada
hoje (10) pelo delegado da Polícia Federal Matheus Mela Rodrigues, aos
membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira,
segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
“Nas escutas houve uma remessa de uma caixa de computador com R$ 500
mil para dentro do Palácio, recebida por assessor especial para assuntos
sociais do governador”, contou o deputado ao sair do depoimento que já
dura mais de oito horas.
Ainda de acordo com Paulo Teixeira, o delegado Rodrigues deu detalhes
sobre a venda da casa do governador para o empresário goiano Carlos
Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo o deputado, a
casa foi vendida ao sobrinho de Cachoeira, Leonardo de Almeida Ramos,
que pagou com dois cheques de R$ 400 mil cada e mais um de R$ 600 mil.
A casa é a mesma em que o empresário, acusado de comandar quadrilha
que explorava jogos ilegais em Goiás, foi preso no último dia 29 de
fevereiro, quando foi deflagrada a Operação Monte Carlo da Polícia
Federal. A informação sobre a venda da casa é confirmada também pelo
senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que acompanhou a sessão da CPMI.
“Até onde eu estive presente, a informação dá conta que a casa em que
Carlos Cachoeira foi preso pertencia anteriormente a Marconi Perillo.
Logo, foi uma casa vendida por Marconi Perillo a Carlos Cachoeira”,
disse o senador. Randolfe também confirmou que a relação de Perillo com
Cachoeira era “muito próxima”, de acordo com o depoimento do delegado.
Segundo o senador, o inquérito da Operação Monte Carlo flagrou mais de
200 citações do nome do governador nas gravações telefônicas da
quadrilha interceptadas pela Polícia Federal.
Além disso, a PF gravou diálogos do próprio governador com Cachoeira e
identificou dois encontros entre eles, inclusive um em um jantar na
casa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Torres está
respondendo a processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de
decoro parlamentar em função das suas relações com Cachoeira.
A Operação Monte Carlo, associada à Operação Vegas, vem embasando as
investigações da CPMI. Entre as denúncias apuradas pelos dois inquéritos
estão a de que Cachoeira atuava também como sócio da construtora Delta e
agia para fraudar licitações públicas garantindo contratos para a
companhia. O empresário também é acusado de corromper diversos agentes
públicos e de utilizar a influência do senador Demóstenes Torres (sem
partido-GO) para conseguir vantagens com outras autoridades.
No depoimento, o delegado também detalhou depósitos da construtora
Delta para três empresas "laranjas" pertencentes a Carlinhos Cachoeira.
Uma dessas empresas, de acordo com o senador Randolfe Rodrigues, teria
sede na ilha de Curaçao, um paraíso fiscal do Caribe.
Edição: José Romildo
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