O
presidente Evo Morales anunciou ontem, em plena comemoração do Dia
Internacional dos Trabalhadores, a nacionalização da empresa Transporte
de Eletricidade (TDE), que pertencia à multinacional Red de Eletricidad
de España (REE) e é responsável por 85% do abastecimento de energia na
Bolívia. “É uma justa homenagem aos trabalhadores", afirmou Evo Morales.
A estatização da TDE ocorre duas semanas depois da decisão do governo
argentino de expropriar a também espanhola Repsol. O anúncio, porém, não
gerou a mesma reação histérica do decadente país europeu. A
nacionalização já vinha sendo negociada há mais tempo com a diplomacia
espanhola, segundo jornal El País, e houve acerto prévio para o
pagamento da indenização.
Queda do investimento em área estratégica
A justificativa para a ação foi a de que a multinacional não vinha
cumprindo os contratos, reduzindo os investimentos nesta área
estratégica. A medida completa a reestatização do setor elétrico,
privatizado durante o reinado neoliberal na Bolívia. Em 2010, Morales
nacionalizou as quatro maiores hidroelétricas do país, mas a transmissão
seguia sobre domínio da iniciativa “privada”.
“Investimos cerca de US$ 220 milhões na geração de energia para outros
se aproveitaram das melhorias. Por essa razão estamos retomando o
controle da empresa”, explicou o presidente. Segundo o jornal Valor, a
REE teve um lucro de 140,1 milhões de euros no primeiro trimestre deste
ano. Já os seus investimentos foram 8,9% inferiores ao primeiro
trimestre do ano passado.
As críticas de Míriam Leitão
Mesmo dispondo destes dados e observando a postura mais sóbria do
próprio governo espanhol, a mídia brasileira não perdeu a oportunidade
para destilar o seu veneno contra o presidente da Bolívia. A jornalista
Míriam Leitão, já apelidada de urubóloga por suas análises negativistas,
afirmou no sítio do jornal O Globo que a medida foi “mais uma jogada de
marketing de Evo Morales”.
“O presidente já tinha agido assim com a Petrobras. Em vez de negociar,
ocupou a empresa com o Exército de forma hostil. É uma jogada clara de
marketing; Morales está com problemas de popularidade. Vinte empresas já
foram nacionalizadas pelo presidente da Bolívia. Há dúvidas se o
governo boliviano é um parceiro confiável”, atacou. Seu temor, porém, é
que a moda pegue na região.
Visão colonizada da adoradora do mercado
“Bolívia, Equador, Argentina e Venezuela expropriaram empresas nos
últimos anos, romperam contratos. O Estado poderia ter optado por mais
regulação ou negociação. Porém, tudo é feito de forma espetacular. Pode
ficar a ideia de que há uma onda na América do Sul desse nacionalismo
que desrespeita contratos. O Brasil tem de deixar claro que não faz
parte desse grupo”.
A visão colonizada de Míriam Leitão é explícita! Ela é uma adoradora do “deus-mercado”, principalmente ser for alienígena.
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