CartaCapital
“Os primeiros depoimentos na CPI do
Carlinhos Cachoeira, dos delegados federais que investigaram os negócios do
bicheiro Carlos Augusto Ramos, geraram críticas ao procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, por ele não ter denunciado o senador Demóstenes
Torres (sem partido-GO) ao receber, em 2009, denúncias contra ele. Na
quarta-feira 9, Gurgel atribuiu as criticas aos réus do chamado mensalão,
associando-se ao discurso de alguns veículos de mídia. Ele atuará como acusador
no processo.
“O que nós temos são críticas de pessoas
que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão. Pessoas que estão muito
pouco preocupadas com as denúncias em si mesmo, com os fatos – desvio de
recurso, corrupção etc. – e ficam preocupadas com a opção que o procurador geral
tomou em 2009, opção essa altamente bem-sucedida. É um desvio de foco que eu
classificaria como no mínimo curioso”, afirmou Gurgel.
É preciso listar três evidências que
desmontam o raciocínio de Gurgel, que teme ser acusado de prevaricação:
1) Não foi Gurgel, mas Antônio de Souza,
procurador-geral à época, quem apresentou a denúncia contra os réus do
mensalão. Primeiro ponto para mostrar que a personificação não cabe neste caso;
2) A denúncia foi acolhida pelo STF, onde o
processo agora tramita. Não há nenhum risco à continuidade da ação penal e a
seu julgamento;”
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