Posted by eduguim on 07/05/12 • Categorized as Análise
Faz-se necessária uma análise serena sobre o que pode e deve provir da reportagem sobre a revista Veja que a TV Record levou ao ar na noite do último domingo, pois pode inaugurar um novo ciclo do debate sobre a regulação da comunicação no Brasil.
O que de mais imediato se deve lembrar é que, à diferença do que alguns podem estar pensando, não foi a primeira grande matéria jornalística contendo críticas à imprensa em uma grande rede de televisão. Em 2009, no âmbito de efêmera guerra aberta que eclodiu entre Record e Globo e Record e Folha de São Paulo, todos esses veículos certamente perderam mais do que ganharam.
Desta vez, porém, será diferente.
A menos que alguma grande TV tome as dores da Veja, a nova guerra midiática será desigual. O público que a Record abrange é infinitamente maior que o da Veja. E não é só isso. As acusações entre Record, Globo e Folha não foram sobre fatos concretos como agora.
Agora, a Record não acusou a Veja por relações com a ditadura militar. Há um fato concreto, uma poderosa organização criminosa pode ter sido integrada pelo Grupo Abril, em última análise. E os crimes supostamente cometidos podem ser claramente tipificados.
Resta analisar o impacto da matéria sobre o público. Ainda à diferença de embates anteriores da Record contra veículos de comunicação, este, pelo que acaba de ser explicado, certamente induziu setores da população a uma reflexão sobre a mídia que certamente nunca fizeram.
É aquele setor da sociedade que só pensa em futebol, novela e Carnaval. Que se limita a ver telejornais sem prestar muita atenção e a ler capas de jornais e revistas pendurados nas bancas de jornais durante os dias úteis, quando esse perfil de cidadão sai pela manhã para trabalhar.
Eis que um dos principais entraves à propositura de uma lei da mídia ao Congresso pode ter sido fortemente reduzido, só não se sabe se ao ponto de desmontar a argumentação da mídia sobre “censura” quando se toca no assunto.
Todavia, a matéria da Record sobre a Veja preparou a sociedade para os debates sobre a mídia que deverão sobrevir da CPI do Cachoeira, conforme presidente e relator da investigação declararam que ocorrerão.
É infinitamente diferente uma matéria de capa da revista Carta Capital de uma reportagem de imensos 15 minutos na televisão, reportagem que granjeou 15 pontos no Ibope. No momento em que escrevo, milhões de brasileiros estão comentando o assunto.
Aliás, como a reportagem de domingo foi repetida mais de uma vez na segunda-feira, só quem vive no mato, sem qualquer meio de comunicação com o mundo exterior, poderá escapar. Todo o esforço que a mídia fez para ocultar o caso, foi em vão.
Não foi à toa que o presidente do PT, Rui Falcão, declarou que, após enfrentar os bancos, o novo oligopólio que o governo Dilma deverá enfrentar deve ser o da mídia. Nunca antes na história deste país existiram condições tão favoráveis para tanto.
Do Blog da Cidadania.
Faz-se necessária uma análise serena sobre o que pode e deve provir da reportagem sobre a revista Veja que a TV Record levou ao ar na noite do último domingo, pois pode inaugurar um novo ciclo do debate sobre a regulação da comunicação no Brasil.
O que de mais imediato se deve lembrar é que, à diferença do que alguns podem estar pensando, não foi a primeira grande matéria jornalística contendo críticas à imprensa em uma grande rede de televisão. Em 2009, no âmbito de efêmera guerra aberta que eclodiu entre Record e Globo e Record e Folha de São Paulo, todos esses veículos certamente perderam mais do que ganharam.
Desta vez, porém, será diferente.
A menos que alguma grande TV tome as dores da Veja, a nova guerra midiática será desigual. O público que a Record abrange é infinitamente maior que o da Veja. E não é só isso. As acusações entre Record, Globo e Folha não foram sobre fatos concretos como agora.
Agora, a Record não acusou a Veja por relações com a ditadura militar. Há um fato concreto, uma poderosa organização criminosa pode ter sido integrada pelo Grupo Abril, em última análise. E os crimes supostamente cometidos podem ser claramente tipificados.
Resta analisar o impacto da matéria sobre o público. Ainda à diferença de embates anteriores da Record contra veículos de comunicação, este, pelo que acaba de ser explicado, certamente induziu setores da população a uma reflexão sobre a mídia que certamente nunca fizeram.
É aquele setor da sociedade que só pensa em futebol, novela e Carnaval. Que se limita a ver telejornais sem prestar muita atenção e a ler capas de jornais e revistas pendurados nas bancas de jornais durante os dias úteis, quando esse perfil de cidadão sai pela manhã para trabalhar.
Eis que um dos principais entraves à propositura de uma lei da mídia ao Congresso pode ter sido fortemente reduzido, só não se sabe se ao ponto de desmontar a argumentação da mídia sobre “censura” quando se toca no assunto.
Todavia, a matéria da Record sobre a Veja preparou a sociedade para os debates sobre a mídia que deverão sobrevir da CPI do Cachoeira, conforme presidente e relator da investigação declararam que ocorrerão.
É infinitamente diferente uma matéria de capa da revista Carta Capital de uma reportagem de imensos 15 minutos na televisão, reportagem que granjeou 15 pontos no Ibope. No momento em que escrevo, milhões de brasileiros estão comentando o assunto.
Aliás, como a reportagem de domingo foi repetida mais de uma vez na segunda-feira, só quem vive no mato, sem qualquer meio de comunicação com o mundo exterior, poderá escapar. Todo o esforço que a mídia fez para ocultar o caso, foi em vão.
Não foi à toa que o presidente do PT, Rui Falcão, declarou que, após enfrentar os bancos, o novo oligopólio que o governo Dilma deverá enfrentar deve ser o da mídia. Nunca antes na história deste país existiram condições tão favoráveis para tanto.
Do Blog da Cidadania.
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