José Serra ainda vai criar constrangimentos para o seu grande amigo
Otávio Frias, chefão da Folha. No seu programa na rádio e tevê, o eterno
candidato tucano tem insistido em retomar a discussão sobre as fraudes
no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de fustigar Fernando
Haddad, ex-ministro da Educação e seu rival na disputa pela prefeitura
paulistana. Ocorre que este assunto é um trauma para os donos do Grupo
Folha. Afinal, a fraude ocorreu na gráfica da empresa, que já foi
multada pelo crime.
Na semana passada, a Justiça Federal determinou que o consórcio formado
pela Gráfica Plural, do Grupo Folha, pague ao governo R$ 73,4 milhões em
função do vazamento das provas do Enem em 2009. O valor deverá ser
encaminhado ao INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais) e o ressarcimento servirá para indenizar o órgão que na
época precisou contratar emergencialmente outra instituição para repetir
a aplicação da prova.
A Justiça Federal de Brasília concluiu que a Gráfica Plural, sediada em
Santana do Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo, foi a
principal culpada pelo vazamento. Na época, inclusive, correu o boato de
que o crime teria motivação política, como forma de desgastar o governo
federal – mas nada foi comprovado. A Justiça deu um prazo de cinco dias
para que a empresa pague a multa. Se a decisão não for cumprida, o
consórcio poderá sofrer pena de penhora de bens para garantir que a
dívida seja paga.
A Folha evita tratar do assunto por motivos óbvios. E os seus
concorrentes são solidários na desgraça. O silêncio sobre a decisão da
Justiça Federal é impressionante. Ninguém fala da condenação e da multa
de R$ 73,4 milhões. Exatamente nesta hora, quando o pacto dos mafiosos
da mídia é tão forte, José Serra decide explorar o tema no horário
eleitoral de rádio e tevê. Otavinho deve estar uma fera!
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