Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congreso Nacional aprovou requerimento do líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, para ouvir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sobre a 'Lista de Furnas'. Já o senador Fernando Collor (PTB-AL) conseguiu enfim aprovar um convite ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Convites para a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, e Rosemary Noronha foram rejeitados
Agência Senado - A Comissão Mista de Controle das
Atividades de Inteligência (CCAI), aprovou, nesta quarta-feira (12),
requerimento do deputado Jilmar Tatto (PT-SP), líder da Maioria na
Câmara dos Deputados, para que o ex-presidente da República, Fernando
Henrique Cardoso, seja convidado a prestar esclarecimentos sobre o
suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro para abastecer
campanhas políticas do PSDB, no início dos anos 2000, conhecido como
"Lista de Furnas".
No requerimento, incluído como pauta extra da reunião, Tatto alega a
"importância estratégica para o país da Eletrobrás-Furnas como geradora e
transmissora de energia elétrica". Como gestor do país no período em
que teriam ocorrido os fatos divulgados pela imprensa, o deputado
questiona que tipo de influência FHC exerceria sobre a empresa.
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) votou contra o requerimento, por considerar o pedido "inverossímil".
Gurgel
Foi aprovado também como pauta extra requerimento do presidente da
CCAI, senador Fernando Collor (PTB-AL), de convite ao procurador-geral
da República, Roberto Gurgel, para que ele preste esclarecimentos acerca
da "confluência das atividades de inteligência com o papel do
Ministério Público e da Polícia Federal".
De acordo com Collor, recentes operações da Polícia Federal, como a
Vegas e a Monte Carlo, têm demonstrado "o quanto de informações devem
ter sido adquiridas por meio de atividades de inteligência, em que pese o
fato de esses órgãos, a princípio, não serem dotados de setores
específicos e típicos de inteligência".
Porto Seguro
Foram rejeitados os três requerimentos que constavam da pauta
original, destinados à convocação de autoridades do governo e de
funcionários afastados para prestar esclarecimentos a respeito dos fatos
apurados na Operação Porto Seguro da Polícia Federal. Os pedidos haviam
sido apresentados pelo deputado Mendes Thame, e propunham a convocação
da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, do advogado-geral da
União, Luís Inácio Adams, e da ex-chefe da Secretaria Geral da
Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.
Abin
A CCAI aprovou, ainda, requerimento para ouvir o general José Elito
Carvalho Siqueira, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
da Presidência da República, e o diretor-geral da Agência Brasileira de
Inteligência (Abin), Wilson Roberto Trezza, a respeito de denúncias de
prática de espionagem dentro da agência.
De acordo com reportagem publicada pela imprensa em setembro, um
funcionário teria hackeado senhas de colegas que atuavam em
investigações estratégicas.
- Até que ponto a segurança nacional foi afetada? O que estaria por
trás de uma ação como essa? – questionou a deputada Perpétua Almeida
(PCdoB-AC), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional da Câmara, autora do requerimento.
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