Do Blog do Miro - 4/3/2013 segunda-feira, 4 de março de 2013
Veja - o esgoto
Por Rogério Tomaz Jr., no blog Conexão Brasília-Maranhão:
Dizer que a Veja é suja é o mesmo que falar sobre a cor azul do céu. Mas é incrível – de “não se acreditar” mesmo – como esses ratos se superam a cada edição em matéria de torpeza.
Gabriel Chalita - contra o qual não tenho nada pessoal [*] a favor, mas nada contra também - passou mais de uma década aliado do PSDB e exercendo altos cargos em administrações tucanas. Quando passou para “o outro lado”, virou não apenas persona non grata. Virou alvo.
Dizer que a Veja é suja é o mesmo que falar sobre a cor azul do céu. Mas é incrível – de “não se acreditar” mesmo – como esses ratos se superam a cada edição em matéria de torpeza.
Gabriel Chalita - contra o qual não tenho nada pessoal [*] a favor, mas nada contra também - passou mais de uma década aliado do PSDB e exercendo altos cargos em administrações tucanas. Quando passou para “o outro lado”, virou não apenas persona non grata. Virou alvo.
Na edição atual, a revista mais vil já feita no Brasil toca num assunto que jamais foi abordado quando Chalita era “amigo”, a sua sexualidade. Numa "matéria" com direito a foto insinuante há seguidas e numerosas referências praticamente explícitas dizendo que Chalita e o seu delator do momento foram amantes. Dá até nojo de ler o texto (assinado por Leonardo Coutinho).
Se o Chalita tiver cometido ilícitos na vida pública, que seja julgado e eventualmente condenado. Mas explorar a sua sexualidade para desqualificar a sua credibilidade, como Veja faz, mais do que homofóbico, é abjeto, nojento, coisa de pasquim de cabaré de esquina (com todo respeito a tais instituições, que dificilmente conseguem igualar a imundície da Veja)…
Você pode ser de direita, odiar o PT, querer a morte do Lula e da Dilma, mas admirar ou mesmo respeitar essa revista chamada Veja, definitivamente, só pode ser coisa de quem é completamente desinformado ou coadunado com essas práticas escrotas da turma mafiosa dos Civita e seus comparsas.
#VejaQueNojo
* Politicamente, tenho muita coisa contra o Chalita, especialmente desconfiança em alguém que foi cardeal dos tucanos durante tanto tempo.
*****
Já tinha lido ontem o texto que reproduzo abaixo e me senti contemplado, em parte, pelos argumentos do autor.
Mas a indignação voltou a emergir hoje, quando uma amiga me leu trechos da "matéria" que é mais uma aula de como não fazer jornalismo.
Leia o texto do Fabiano Camilo.
http://ddd.opsblog.org/2013/03/02/gabriel-chalita-e-a-astucia-da-razao-homofobica/
Gabriel Chalita e a astúcia da razão homofóbica
02/03/2013 by Fabiano Camilo
Merece atenção a capa de Veja desta semana, não pela principal matéria de capa, mas pela pequena foto do topo direito, indiciária da homofobia como tática de desmoralização política. De 2003 a 2007, o deputado federal Gabriel Chalita (PDMB) ocupou o cargo de secretário estadual de Educação do Estado de São Paulo, durante os governos de Geraldo Alckmin e de Cláudio Lembo. Atualmente, ele está sendo investigado em onze inquéritos em curso no Ministério Público do Estado de São Paulo, relativos ao período de sua gestão na Secretaria de Educação. Dúvida: qual a relação entre a manchete - “O escândalo que encurtou a carreira do político carismático que poderia ter sido ministro” - e a foto que a ilustra, na capa da revista semanal? Nenhuma, absolutamente nenhuma.
Há muito tempo – desde sempre, talvez – circulam insinuações acerca da (homos)sexualidade de Chalita, sobretudo nas redes sociais, não raro acompanhadas da sugestão de existência de um envolvimento amoroso entre ele e o padre celebridade Fábio de Mello.
A mídia, não apenas a corporativa, adota como prática recorrente um pacto de silêncio em relação à orientação sexual de alguns indivíduos famosos, consoante seus interesses políticos, econômicos e corporativos. Um silêncio não motivado, ao contrário do que se sustenta, por respeito à intimidade, à “imagem” e à “honra”.
A mídia jamais silencia a sexualidade hetero-orientada de ninguém; no máximo, oculta informações acerca de eventuais envolvimentos sexuais e amorosos que poderiam, de sua perspectiva, prejudicar personalidades que tem interesse em proteger e favorecer.
Entre inúmeras fotos de Chalita que poderiam ser escolhidas para ilustrar a manchete, por que a escolha recaiu justamente em uma foto em que ele aparece descontraído, sorridente e sem camisa, ao lado de um homem também sem camisa, jovem, de compleição atlética e bronzeado, com o mar e o céu azuis ao fundo?
Chalita possivelmente se tornou uma carta fora do baralho do jogo político, foi descartado, convindo à parcela da mídia, neste momento, desvincular-se de sua imagem, demonstrando toda sua imparcialidade jornalística, ao não ocultar nada. O que antes era convenientemente silenciado agora é convenientemente enunciado, exposto e explorado como tática de evidenciamento do compromisso da revista semanal com a verdade. Conquanto a verdade seja revelada tão-somente de forma (covardemente) insinuada, para se evitar um possível processo, a foto enuncia tudo e nenhum bom entendedor terá dúvida alguma: “Veado!”, “Corrupto e veado!”, “Veado corrupto!”.
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