Em relação à matéria intitulada “Graça Foster usa serviço de informações do PT na Câmara para rebater críticas do PSDB“, publicada pela Agência Estado (12/03), a Petrobras esclarece que:
1) A Companhia não “usou o serviço de informações do PT”.
Atendendo a solicitação do site Informes, da Liderança do PT na Câmara,
a Companhia enviou resposta da Presidente Maria das Graças Silva Foster
para questionamento sobre a situação financeira da Petrobras e o
desenvolvimento das atividades no pré-sal. A resposta, inclusive,
continha informações já fartamente divulgadas pela Companhia e
publicadas pelo jornal Correio Braziliense em entrevista da presidente no último domingo, 10/03/2013.
2) Não havia “olheiros” da Petrobras no seminário promovido pelo
PSDB, e sim assessores da Companhia realizando legitimamente o seu
trabalho.
Confira, abaixo, o esclarecimento da Petrobras encaminhado sob demanda à Folha de S. Paulo, Globonews, Reuters, G1, Valor Econômico e O Globo, sobre as questões apontadas durante o seminário do PSDB sobre a Companhia:
1- “Mito da autossuficiência”
Esclarecimento: O Brasil atingiu a autossuficiência em petróleo em
2006: a produção de petróleo no País equiparou-se ao volume de
derivados consumidos à época. Entre 2007 e 2012, no entanto, a demanda
por derivados cresceu 4,9% no Brasil, contra um crescimento de 3,4% na
produção de petróleo. A partir de 2014, a produção de petróleo no
Brasil voltará a atingir a autossuficiência volumétrica, ou seja,
volumes iguais de petróleo produzido e de derivados consumidos,
contando a produção da Petrobras + Parceiros + Terceiros.
O Brasil, no entanto, nunca foi autossuficiente em derivados. O País
sempre importou e continuará importando derivados até que entrem em
operação as novas refinarias previstas no Plano de Negócios e Gestão
2012-16 da Petrobras. A curva de produção da Companhia apresentará um
crescimento contínuo, até atingir 2,5 milhões de barris por dia em 2016
e 4,2 milhões de barris por dia em 2020. A produção de petróleo
passará, então, a superar a produção de derivados, o que dará ao País,
também, autossuficiência em derivados. Em 2020, planejamos ter 4,2
milhões de barris de petróleo por dia contra uma capacidade de refino
de 3,6 milhões de barris por dia e um consumo de 3,4 milhões de barris
por dia.
De fato os dispêndios com a importação de derivados de petróleo foi de
US$ 7,2 bilhões acumulados ao longo do ano de 2012, mas houve também um
ganho liquido de US$ 6,8 bilhões com as receita relativas à exportação
de petróleo.
2- “Perda de 47,7% do seu valor de mercado”
Esclarecimento: Em 11/03/2011 o valor de mercado da Petrobras era de R$
398 bi e hoje (11/03/2013) R$ 234 bi tendo uma perda de R$ 164 bi,
perdendo 41,2% do seu valor de mercado.
3- “Perdas sucessivas no ranking mundial”
Esclarecimento: A Petrobras era a terceira maior empresa em valor de
mercado atrás da Exxon Mobil e a PetroChina ao longo do primeiro
semestre de 2010 (em 03 março de 2010 o valor de mercado da Petrobras
US$ 184,4 bi) após o processo de capitalização, hoje (12/03/2013)
estamos em 7º lugar em termos de valor de mercado (1º Exxon, 2º
PetroChina, 3º Chevron, 4º Shell, 5º BP, 6º Total).
4- “Petrobras hoje: a imagem da desconfiança”
Esclarecimento: Não há desconfiança. A Petrobras tem grande facilidade
de acesso ao mercado de dívida, a baixos custos, por meio de diversas
fontes. Portanto, são justamente estes investimentos elevados que irão
gerar retornos para nossos acionistas. A Petrobras é hoje reconhecida
pelo mercado como a empresa que dispõe do melhor portfólio de ativos de
petróleo e gás dentre todas as companhias de capital aberto no mundo.
Portanto, altos níveis de investimento fazem todo sentido econômico,
face às oportunidades que se apresentam para a Companhia. Somente no
Brasil, a Petrobras dispõe hoje de 15,7 bilhões de barris de óleo
equivalente (boe) em reservas provadas. Ademais, com os volumes que
potencialmente serão incorporados no pré-sal e o direito de produzir os
barris da Cessão Onerosa podemos aumentar nossa base de volumes
recuperáveis para um patamar de quase 30 bilhões de boe. Temos hoje,
seguramente, a capacidade, a tecnologia, o conhecimento e os recursos
necessários para transformar todo esse potencial em riquezas para
nossos acionistas, que irão se materializar pelo crescimento de nossa
produção, que irá mais do que dobrar em 2020. É importante não esquecer
que os investimentos da indústria de petróleo e gás são de longa
maturação, haja vista a complexidade das operações. Entretanto, não
menos importante é destacar a celeridade com que fomos capazes de
tornar o pré-sal uma realidade. O primeiro óleo do campo de Lula ocorreu
em 2009, apenas três anos após sua descoberta, um resultado
excepcional quando comparado à média da indústria mundial. Hoje, a
Petrobras e seus parceiros já ultrapassaram o marco de 300 mil barris
de petróleo por dia no pré-sal, um feito extremamente relevante.
5- “Ações da Petrobras em queda”
As nossas perspectivas são as mais positivas possíveis no longo prazo.
Iremos mais do que dobrar a nossa produção de petróleo no Brasil em
2020, atingindo 4.200 mil barris por dia de petróleo (ante uma produção
de 1.980 mil barris por dia em 2012) por meio de projetos de alta
rentabilidade, que irão se traduzir em elevados retornos para os nossos
acionistas. Estamos aumentando a eficiência operacional da Companhia e
otimizando nossos custos operacionais para entregar ainda mais valor
para os nossos acionistas. Temos hoje cerca de R$ 166 bilhões de ativos
em construção em nosso balanço patrimonial, ou seja, R$ 166 bilhões de
ativos que ainda não geram caixa para a Companhia. Na medida em que
esses e os demais projetos de nosso Plano de Negócios e Gestão entrarem
em operação, iremos aumentar ainda mais nossa geração de caixa e, por
conseguinte, o valor gerado para nossos acionistas.
6- “Pré-sal: o bilhete premiado que o Brasil pode perder”
Esclarecimento: A Petrobras não vai comentar.
7- “Aumento do investimento no refino gera prejuízo”
Esclarecimento: Entre os anos de 2000 e 2012 o consumo de gasolina no
país cresceu 68%, o de diesel 46% e o de querosene de aviação (QAV)
58%, reflexo evidente do crescimento da economia, da melhora das
condições de emprego e renda da população e da ascensão das classes
sociais. Diante de um mercado que cresce muito mais do que a média
mundial, fica clara a necessidade de ampliação do parque de refino,
retomando os investimentos em novas unidades, o que não era feito desde
1980, 33 anos atrás.
Apesar de operar com altíssima eficiência (96% da capacidade em 2012), a
capacidade de refino disponível é de cerca de 2 milhões barris por dia
para uma demanda de cerca de 2,2 milhões barris por dia. Por isso que a
nova capacidade de refino é fundamental. Em 2020 a capacidade de
refino será de 3,6 milhões de barris por dia e a demanda será de 3,4
milhões de barris por dia, sendo esta a principal fonte de receitas da
Petrobras. O investimento da Petrobras na Área de Abastecimento foi de
R$ 29 bilhões em 2012.
8- “Produção diminui e dívida cresce”
A produção de petróleo da Petrobras foi de 700 mil barris por dia em
1995 e chegou a 1,5 milhão de barris por dia em 2003. De 2003 a 2012, o
patamar de produção de petróleo da Petrobras elevou-se de 1,5 milhão
de barris por dia para 2,0 milhões de barris por dia, e chegará a 2,5
milhões de barris por dia em 2016 e 4,2 milhões de barris por dia em
2020.
Convém esclarecer que quanto mais alto o patamar de produção de uma
companhia, maior é o desafio de manutenção e crescimento deste patamar,
dado que a natureza dos reservatórios de petróleo é o declínio natural
da produção, que varia de 10% a 14% ao ano em campos de águas
profundas.
Assim, para a sustentação e crescimento da curva, faz-se necessário um
alto índice de sucesso exploratório, que agregue reservas e descobertas
para a produção futura. Para fins de comparação, o Índice de Sucesso
exploratório da Petrobras foi de 64% em 2012 (82% no pré-sal), enquanto
a média mundial está em 30%.
Além da necessidade de novas descobertas, a manutenção de patamares
elevados de produção também depende da operação dos sistemas atuais com
níveis adequados de eficiência operacional. Isso demanda, em alguns
períodos, paradas programadas para manutenção com consequente queda da
produção dessas unidades. Também ocorre, no caso das novas plataformas,
um crescimento gradativo da produção (ramp-up). Esses são os fatores
que explicam porque a produção da Petrobras não cresceu no ano de 2012 e
no primeiro semestre de 2013, ano no qual 7 novas plataformas estão
entrando em operação.
Quanto ao endividamento, as oportunidades de crescimento proporcionadas
pelas novas descobertas anunciadas nesses últimos anos, em especial o
pré-sal, colocaram a Petrobras em uma situação diferenciada em relação
às outras empresas do setor, com um portfólio de projetos rentáveis a
serem desenvolvidos que garantem o crescimento orgânico da Companhia.
Para financiar esse crescimento, foi necessário aumentar seu nível de
endividamento, na medida em que apenas a geração operacional de caixa
da Companhia não era suficiente para o aproveitamento dessas
oportunidades. A dívida líquida da Petrobras ficou em R$ 148 bilhões no
final de 2012.
Porém, isso não é visto como negativo pelo mercado. Pelo contrário, ao
longo dos últimos anos, o aumento do endividamento veio acompanhado da
redução do custo de captação da Companhia e da melhora da avaliação de
risco por parte das agências de rating. A Companhia aumentou o acesso a
diversas fontes de financiamento com a redução do custo de captação em
dólares para o prazo de dez anos de aproximadamente 9% a.a. em 2002
para aproximadamente 5% a.a. em 2012.
Em 2005, a Companhia recebeu a primeira avaliação de grau de
investimento pela agência de classificação de risco Moody´s, tendo sido
uma das primeiras empresas brasileiras a receber tal classificação.
Desde então, vem recebendo melhoras adicionais nessa avaliação, sendo
classificada igualmente pela Standard & Poor´s e Fitch.
9- “Petrobras na mira do Ministério Público”
Esclarecimento: A Companhia reafirma que a aquisição da Refinaria de
Pasadena deve ser compreendida no contexto anterior à descoberta do
Pré-Sal, estava alinhada ao Planejamento Estratégico da Petrobras à
época, no que se referia ao incremento da capacidade de refino de
petróleo no exterior, e visava contribuir para o aumento da
comercialização de petróleo e derivados produzidos.
Todas as aquisições de refinarias no exterior cumpriam com o mesmo
objetivo estratégico que determinava a expansão internacional da
Petrobras, apoiada em alguns pilares, a saber: processamento de
excedentes de petróleos pesados brasileiros; diversificação dos riscos
empresariais e atuação comercial em novos mercados de modo integrado
com suas atividades no Brasil e em outros mercados.
10- “Refinaria Abreu e Lima: custo da obra pulou de R$ 4,7 bilhões para R$ 41 bilhões”
Esclarecimento: As projeções iniciais de custos da Refinaria Abreu e
Lima (RNEST) referiam-se a um projeto em fase inicial de avaliação,
cujo grau de definição permitia estimativas apenas preliminares em
relação a custos de infraestrutura, demandas ambientais, integração
entre unidades e extramuros.
O maior grau de definição e detalhamento, incorporado a fatores como
otimização de escopo, ajustes cambiais e aquecimento de mercado, entre
outros, fez com que o valor do investimento tivesse um incremento com a
evolução do projeto.
Diversos fatores contribuíram para as variações de prazo, entre eles a
necessidade de realização, em alguns casos, de novos processos
licitatórios devido a preços excessivos. Outros fatores importantes
foram greves, condições ambientais e construção de infraestrutura para
acesso ao local da obra.
Hoje, a RNEST já alcançou 70% de execução física em suas obras e o
início de operação ocorrerá em novembro de 2014, com investimento
previsto de US$ 17 bilhões, prazo e custo estabelecidos no Plano de
Negócios e Gestão 2012-2016. Ainda há pleitos em discussão com as
empresas contratadas que somam US$ 3 bilhões.
11- “Gestão Gabrielli”
Esclarecimento: No período da administração do presidente José Sergio
Gabrielli de Azevedo, entre 2005 e 2012, houve um aumento na Petrobras
Controladora de 52% do efetivo próprio e de 130% de empregados de
empresas prestadoras de serviços. incluindo aí todos os trabalhadores
em obras, entre as quais duas grandes refinarias. Tais aumentos foram
consonantes com o crescimento do investimento da Companhia, na ordem de
208%. No período anterior, de 1993 a 2001, não foram realizados
concursos pela Petrobras.
- Conteúdo Local
A indústria nacional de bens e serviços tem respondido à altura das
demandas da Petrobras, com Conteúdo Nacional que por vezes supera o
índice de 85% que é o caso dos projetos do Refino. O aumento do
Conteúdo Nacional é possível para bens e serviços que hoje são
importados e que apresentam escala econômica para serem produzidos no
Brasil. Considerando as vantagens para as empresas, os principais
benefícios são a redução dos custos operacionais, a proximidade da base
de fornecedores, o aumento da capacidade de inovação da cadeia e a
assistência técnica local.
Ilustração: A Justiceira de Esquerda
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