quarta-feira, 13 de março de 2013

Vatileaks: uma máquina do tempo que expôs práticas antigas do Vaticano

À Carta Maior, o jornalista Gianluigi Nuzzi, autor do livro que revelou segredos incômodos do Vaticano, fala sobre a crise moral mais profunda que a igreja já conheceu. “Os vatileaks são como uma máquina do tempo. Estas histórias sempre existiram dentro do Vaticano, mas hoje temos uma fotografia nítida, uma reconstrução documentada”, diz Nuzzi. Por Eduardo Febbro, de Roma.

Eduardo Febbro, Carta Maior
O nome de Gianluigi Nuzzi desperta um desconforto visível nos arredores do Vaticano. Este jornalista investigativo é autor do livro que revelou os assuntos sujos do Vaticano, os “vatileaks”: Sua Santidade, as Cartas Secretas de Bento XVI. Ali estão compiladas todas as cartas, as notas, mensagens e telegramas que fornecem do Vaticano a imagem de um inferno governado por disputas de poder, conspirações, conjurações e, sobretudo, percorrido por uma densa trama onde personagens lutam nas sombras pelo controle do dinheiro, ou seja, do IOR, mais conhecido como o Banco do Vaticano.

Em Roma, Nuzzi tem um apelido: “correio dos monsenhores e cardeais descontentes”. É preciso reconhecer que suas informações são sólidas. Em seu livro precedente, Vaticano SPA, Nuzzi desnudou o lado mais obscuro das finanças vaticanas. Agora foi mais longe. Os Vatileaks que tornou públicos provocaram a crise moral mais profunda que a igreja já conheceu. Seu resultado está na eleição de um novo papa e na renúncia de Bento XVI ao pontificado.

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