24 de setembro de 2014 | 09:04 Autor: Fernando Brito
Embora alguns comentaristas políticos, transtornados por estarem vendo escapar a certeza da derrota de Dilma Rousseff e Lula, insistam em que nada esteja acontecendo no processo de formação do voto popular, a realidade vai se impondo.
Não obstante os comoventes esforços de Ricardo Noblat -que ontem gravou um post dizendo que há “estabilidade” na disputa eleitoral porque os resultados se assemelham aos da erupção de Marina, há pouco mais de um mês – e Merval Pereira, há outros analistas que, embora partilhem os sentimentos de oposição figadal a Dilma Rousseff, não pretendem tapar o sol com a peneira e negar o obvio.
Merval, convertido ao mais fanático marinismo, simplesmente recusa que haja qualquer mudança. mesmo diante dos números.
Ora isso é tão evidente que qualquer comentarista, embora conservador e de oposição ao governo, se não aposentou sua massa encefálica e um mínimo de honestidade para com seus leitores, observa.
É o caso de Dora Kramer, insuspeita de conter um grama de simpatia pela Presidente, hoje, no Estadão:
(…)Marina descendo de 33% para 27%, na CNT, nem com muito boa vontade é possível ignorar o que significa. No início ganhou muito, depois estacionou e agora viu se reduzirem seus índices de intenções de votos. (…) O retrato não lhe é favorável. Esses 27% representam exatamente o capital dela na última pesquisa, de abril, em que seu nome foi incluído quando nem candidata era. (…) De lá para cá Marina esteve afastada da cena, não fez política. Absteve-se no segundo turno, preservou-se para um projeto de partido próprio que não deu certo e agora está de volta ao ponto de partida.
Sua distância de Aécio Neves caiu pela metade. Perdeu a dianteira em relação a Dilma no segundo turno. Ficou mais fácil para a presidente. E para os adversários a decisão está nas mãos do tempo. Que urge e ruge.
Há um processo em curso, que imprensa e pesquisas podem tentar atenuar apresentando como “oscilações na margem de erro”. Como as pesquisas se sucedem em intervalos cada vez mais curtos, é possível tratar assim uma escada, onde cada degrau, evidentemente, ”está dentro da margem de erro”.
O tempo, tem razão Dora Kramer, urge e ruge. Inclusive para “acertar” os números das pesquisas, como terá de fazer, daqui a dois dias, o Datafolha.
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