Por Altamiro Borges
Até hoje, a ex-verde Marina Silva não explicou direito a origem da grana
que recebeu com palestras proferidas nos últimos três anos – cerca de
R$ 1,6 milhão. Num primeiro momento, ela disse que era alvo de
“calúnias”. Na sequência, garantiu que não poderia dar os nomes dos
pagadores em função de uma “cláusula de confidencialidade” nos contratos
firmados. Neste domingo (21), porém, a Folha tucana – a mesma que
trouxe o caso à tona – questionou a desculpa na matéria intitulada
“Clientes contrariam versão de Marina Silva”. A candidata-carona do PSB
cada dia se enrola mais em temas delicados, como o do jatinho fantasma
ou o das doações da banqueira Neca Setubal, herdeira do Itaú.
Segundo a reportagem de Aguirre Talento e Fernanda Odilla, “a cláusula
de confidencialidade usada como justificativa pela candidata Marina para
manter sob sigilo os clientes e valores individualizados de suas
palestras não se aplica a todos seus contratos. Ao contrário do que ela
tem dito publicamente, quatro entidades disseram à Folha que não
assinaram nenhum acordo para tratar como sigiloso o valor pago...
Procurada, a assessoria da campanha agora afirma que houve contratos sem
cláusula de confidencialidade e sustenta que, posteriormente, a empresa
de Marina passou a oferecer essa opção por exigência dos clientes”. Não
é só no programa que Marina Silva se desdisse a cada dia!
No início de setembro, durante entrevista ao SBT, a candidata afirmou
que a confidencialidade era “uma exigência das pessoas que contratam” e
garantiu que não via “nenhum problema em que sejam reveladas as
empresas”. Mas, de concreto, ela rejeitou revelar os clientes e os
valores. A Folha procurou 32 entidades para as quais Marina Silva deu
palestras desde 2011, após deixar o Senado; 17 responderam à consulta e,
destas, “quatro revelaram não ter existido acordo de confidencialidade”
e três declararam os valores. A Associação Comercial de Minas Gerais
pagou R$ 31 mil; a Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de
Janeiro, R$ 5 mil, e o Conselho Federal de Contabilidade, R$ 33 mil.
Diante destes e de outros fatos sinistros, o PT já havia solicitado à
Procuradoria-Geral Eleitoral uma investigação sobre os rendimentos de
Marina Silva. A sigla alegou que era incompatível o patrimônio declarado
pela candidata junto ao TSE, de apenas R$ 135 mil, quando ela mesma
admitiu que recebeu R$ 16, milhão pelas palestras. “A omissão da
existência desses valores no patrimônio de Marina Silva autoriza que se
investigue se referidos pagamentos foram destinados para outras contas
do partido ao qual ela é filiada (ou para a instituição Rede
Sustentabilidade), ou até mesmo para outra pessoa jurídica doadora da
campanha da candidata para, posteriormente, em tese, ser injetado na
campanha oficialmente”.
A suspeita levantada pelo PT, da existência de Caixa-2, até agora não
foi confirmada pela PGE. Mas a pergunta se mantém: por que tanto segredo
com os nomes dos clientes e os valores pagos? Bancos e instituições
estrangeiras bancaram as tais palestras? Por que essa grana não consta
da declaração de patrimônio da candidata ao Tribunal Superior Eleitoral?
Agora que a desculpa da “confidencialidade” foi para o vinagre, talvez
as respostas apareçam. A conferir!
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Postado há 6 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.
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