A segunda razão para votar contra a Independência do Banco Central é Cívica,
isto é, referente aos direitos cívicos do cidadão como elemento
integrante do Estado. A civilidade relaciona-se também ao dever de
observar as formalidades que os cidadãos adotam entre si para demonstrar
mútuo respeito e consideração. Cabe evitar o corporativismo dos funcionários do Banco Central. Eles não podem ser servidores públicos autônomos sem prestar contas e voltados para seus próprios interesses particulares.
A terceira razão para votar contra a Independência do Banco Central é a Separação entre os Poderes. É essencial para a manutenção da liberdade política que o Estado seja dividido em apenas três poderes:
o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Em regime democrático, os
representantes do povo são eleitos para legislar e fiscalizar, assim
como é eleito o(a) presidente(a) da República. Não há como comparar as
exigências das carreiras dos magistrados do Poder Judiciário com as das
carreiras de economistas que compõem o COPOM – Comitê de Política
Monetária.
A quarta razão para votar contra a Independência do Banco Central é o Critério de Escolha da Diretoria.
O verdadeiro objetivo dos assessores econômicos que fazem a cabeça para
uma candidata defender o anacronismo dessa independência é escolher colegas de pensamento econômico ultraliberal para o dominar esse Quarto Poder.
A quinta razão para votar contra a Independência do Banco Central é o Viés da Validação Ilusória. Os membros de sua Diretoria buscariam só dados que corroborassem suas projeções como fosse um pensamento único coletivo.
Sem pluralismo, falariam só com analistas que pensam da mesma maneira,
selecionariam apenas informações que apoiassem sua decisão. O correto
seria ter contatos com pessoas com pensamentos distintos ou fontes que
questionassem suas hipóteses, fazendo-os refletir, procurar por pontos
que não seriam capazes de prever.
A sexta razão para votar contra a Independência do Banco Central é a Rejeição da Tecnocracia. Democracia é
governo no qual o povo, direta ou indiretamente, toma as decisões
importantes a respeito das políticas públicas, não de forma ocasional ou
circunstancial, mas segundo princípios permanentes de legalidade. Não
se confunde com Tecnocracia, isto é, o sistema de organização política e social fundado na supremacia dos técnicos, e/ou com Meritocracia, quando há predomínio social daqueles que supostamente têm mais méritos intelectuais segundo o julgamento com o viés de auto validação de seus próprios pares de pensamento similar. Independência do Banco Central é um Golpe Tecnocrata!
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