Decreto do prefeito do Rio, Eduardo Paes, publicado nesta terça-feira
no Diário Oficial do Município, determina o tombamento definitivo do
Monumento Cristo Redentor, no Morro do Corcovado.
A medida visa à preservação deste bem cultural que desde 1931
constitui um dos mais expressivos símbolos da Cidade do Rio de Janeiro,
ícone brasileiro e uma das sete novas maravilhas do mundo.
Prefeitura reconhece engenheiro Heitor da Silva Costa como autor do monumento
Também em outro decreto do prefeito, na mesma edição do Diário
Oficial, fica reconhecido o Engenheiro arquiteto Heitor da Silva Costa
como autor do Monumento ao Cristo Redentor, no alto do Corcovado, que amanhã faz 80 anos.
Na justificativa, o decreto considera fatos novos oriundos da
descoberta de farta documentação que comprova incontestavelmente a
autoria de Heitor da Silva Costa, vencedor do concurso, projetista da
concepção final do monumento e coordenador de sua construção.
Em documento de 14 de fevereiro de 1925, o escultor Paul Landowski
afirma que planos e desenhos do monumento são de autoria de Heitor da
Silva Costa. Outra comprovação é o Registro de Direitos Autorais da
Escultura da maquete do Monumento ao Cristo Redentor, sob número 48, no
Livro 001, folha 029, de 19 de setembro de 1925, da Escola de Belas
Artes da atual Universidade do Rio de Janeiro, em nome daquele
arquiteto.
Aniversário
A estátua do Cristo Redentor foi instalada no topo do morro do
Corcovado no dia 12 de outubro de 1932. Desde então, tornou-se uma
referência na paisagem carioca e um dos pontos turísticos mais visitados
da cidade. A cada dia, entre oito e dez mil pessoas sobem o Corcovado.
A festa de aniversário será marcada por shows, exposições e
cerimônias religiosas e não estará restrita ao Rio. Nova York, Buenos
Aires e Jerusalém receberam réplicas da imagem, para as comemorações
nesta semana.
A presença imponente do Corcovado já era registrada por fotógrafos
muito antes – como mostram imagens do acervo do Instituto Moreira Salles
(IMS), cedidas.
– Mesmo antes da invenção da fotografia, no início do século XIX, o
Corcovado já era um marco geográfico da cidade –, diz Sergio Burgi,
coordenador da área de fotografia do IMS, lembrando de registros do
morro em aquarelas e desenhos anteriores.
– Se você pensar na relação do Rio com a paisagem, com as montanhas, a
mata, o mar, a relação com o Corcovado já era tão importante que leva à
decisão de construir o Cristo no topo.
A ligação com o morro se torna ainda mais forte após a decisão de
erguer o monumento, concretizada depois da instalação da pedra
fundamental em 1922 – ano da comemoração do centenário da Independência
do Brasil.
– O projeto do Cristo vem agregar um novo simbolismo para aquele
ponto de observação da cidade. Continua sendo um ponto de observação,
mas agregado de significado religioso e simbólico, e com um monumento
que tem um impacto enorme para quem chega lá –, diz Burgi.
– No século XIX, ninguém dava as costas para a paisagem para ficar olhando para o outro lado –, brinca.
As fotografias mais antigas do Corcovado no acervo do IMS são da
década de 1860, mostrando o Corcovado ainda nu. O rápido crescimento da
cidade pode ser acompanhado nas imagens, que miram a paisagem do Cristo,
mas documentam as transformações urbanas ao seu redor.
Do Correio do Brasil.
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