Ensino de excelência em Pernambuco
O Globo - 03/10/2011 |
RECIFE. Marcado por problemas como
déficit na aprendizagem, evasão escolar e falta de professores, o ensino
técnico também oferece ilhas de excelência. A antiga Escola Técnica
Federal de Pernambuco, transformada em Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia, teve suas 1.920 vagas disputadas este ano por 17
mil alunos. E a Escola Técnica Estadual Agamenon Magalhães selecionou
1.830 entre 10 mil que disputaram uma chance em seus oito cursos.
A corrida não é para menos. O
IFPE está com o quadro de 398 professores completo. Com 102 anos de
funcionamento e transformado em IFPE no governo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, ganhou com a maior autonomia financeira, segundo o
diretor Moacir Martins Machado. Equipou-se e tem hoje cem laboratórios
que servem a 16 cursos. Dois estão em fase de implantação: automação
industrial (de nível superior) e mecânica automotiva (especialização
técnica), ambos voltados para polos industriais que estão sendo
implantados no litoral Sul (complexo industrial portuário de Suape) e
litoral Norte (que se prepara para receber a Fiat). Aos 19 anos, Wolney
Júlio Gonçalves se classificou para fazer o ensino médio junto ao
técnico de química:
- O diferencial de terminar o
ensino médio com formação profissional é ganhar logo o mercado de
trabalho. Se eu fizesse o ensino médio convencional e fosse depender de
universidade para me inserir, ia perder de dois a três anos pelo menos.
Com o integrado, essa ponte fica mais curta.
O IFPE ensina não só tecnologia,
mas também empreendedorismo. Uma das iniciativas é a Aromice, uma
pequena SA/E (Sociedade anônima Estudantil), na qual os alunos aprendem
todas as etapas na implantação de uma indústria. Para manter a empresa, o
IFPE conta com ajuda de grandes corporações - como Santander e Gerdau -
e de uma organização não governamental secular e internacional, a
Júnior Achievement.
A reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Recife administra nove campi.
O projeto Edificando Ideias -
que terminou por produzir tijolo que usa fibra de coco - rendeu o Prêmio
Nacional do educador, conferido pela Microsoft.
- Nossos cursos são voltados
para a demanda. O de design cresceu com o aumento do poder de compra da
nova classe média - diz Sandra Domitilia de Carvalho, diretora da
escola, que conta que no curso de edificações, os adolescentes mal
entram no 1º módulo e já são chamados para estágios
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