Luis Nassif
Está na hora de se começar a investigar mais a fundo a associação da
Veja com o crime organizado. Não é mais possível que as instituições
neste país - Judiciário, Ministério Público - ignorem os fatos que
ocorreram.
Está comprovado que a revista tinha parceria com Carlinhos Cachoeira e
Demóstenes. É quase impossível que ignorasse o relacionamento entre
ambos - Demóstenes e Cachoeira.
No entanto, valeu-se dos serviços de ambos para interferir em inquéritos
policiais (Satiagraha), para consolidar quadrilhas nos Correios, para
criar matérias falsas (grampo sem áudio).
Até que a Polícia Federal começasse a vazar peças do inquérito,
incriminando Demóstenes, a posição da revista foi de defesa
intransigente do senador, através dos mesmos blogueiros das quais se
valeu para tentar derrubar a Satiagraha.
Aproveitando a falta de coragem do Judiciário, arvorou-se em criadora de
reputações, em pauteira do que deve ser denunciado, em algoz dos seus
inimigos, valendo-se dos métodos criminosos de aliados como Cachoeira.
Paira acima do bem e do mal, um acinte às instituições democráticas do
país, que curvam-se ao seu poder.
O esquema Veja-Cachoeira-Demóstenes foi um jogo criminoso, um atentado
às instituições democráticas. Um criminoso - Cachoeira - bancava a
eleição de um senador. A revista tratava de catapultá-lo como reserva
moral, conferindo-lhe um poder político desproporcional, meramente
abrindo espaço para matérias laudatórias sobre seu comportamento. E,
juntos, montavam jogadas, armações jornalísticas de interesse de ambos:
do criminoso, para alijar inimigos, da revista para impor seu poder e
vender mais.
Para se proteger contra denúncias, a revista se escondeu atrás de um macartismo ignóbil, conforme denunciei em "O caso de Veja".
Manteve a defesa de Demóstenes até poucas semanas atrás, na esperança de
que a Operação Monte Carlo não conseguisse alcança-lo. Apenas agora,
quando é desvendada a associação criminosa entre Cachoeira e Demóstenes,
é que resolve lançar seus antigos parceiros ao mar.
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Um comentário:
Desculpe, mas eu não entendi a ilustração. Trata-se de uma ironia?
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