Segundo reportagem da revista Época, bicheiro habilitou em Miami 15
aparelhos de rádio Nextel e os distribuiu a pessoas de sua mais estrita
confiança, entre eles, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO)
247 - O bicheiro Carlos Augusto Ramos, conhecido como
Carlinhos Cachoeira, habilitou em Miami 15 aparelhos de rádio Nextel e
os distribuiu entre pessoas de sua mais estrita confiança. A informação
está em matéria publicada no site da revista Época.
Segundo a reportagem, a Polícia Federal diz que "o propósito de
Cachoeira era evitar que escutas telefônicas, legais ou ilegais,
captassem suas conversas com os comandantes de uma rede de exploração
ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e na periferia de Brasília".
Confira a reportagem da Época, que compromete ainda mais o senador do DEM:
O empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira,
habilitou em Miami 15 aparelhos de rádio, da marca Nextel, e os
distribuiu entre pessoas de sua mais estrita confiança. De acordo com a
Polícia Federal, o propósito de Cachoeira era evitar que escutas
telefônicas, legais ou ilegais, captassem suas conversas com os
comandantes de uma rede de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em
Goiás e na periferia de Brasília. Nos relatórios da investigação, o
grupo contemplado com os rádios é chamado de “14 + 1”. Entre os 14, há
foragidos e os que foram presos com Carlinhos Cachoeira durante a
Operação Monte Carlo, da PF. O “1” é o senador Demóstenes Torres (GO),
líder do Democratas no Senado Federal.
Nesta quarta-feira, ÉPOCA ouviu o senador Demóstenes, em seu gabinete no
Senado. Ele estava acompanhado de seu advogado Antonio Carlos Almeida
Castro, o Kakay. Indagado se havia recebido um aparelho de rádio para
conversas exclusivas com Cachoeira, Demóstenes pediu licença para ter
uma conversa reservada com seu advogado antes de responder à pergunta.
Cinco minutos depois, disse à reportagem que, por recomendação do
advogado, não faria declarações sobre o assunto. A interlocutores, no
entanto, o senador goiano confirmou que recebeu o aparelho de Cachoeira,
que foi usado exclusivamente em conversas entre os dois. Segundo
Demóstenes, nos quase 300 diálogos com Cachoeira, gravados pela Polícia
Federal com ordem judicial, não há nada que o comprometa. “São conversas
entre amigos, só há trivialidades.” Foi por meio dessas escutas que os
investigadores descobriram que Cachoeira deu a Demóstenes uma geladeira e
um fogão importados como presente de casamento, como ÉPOCA revelou em
primeira mão há duas semanas.
De acordo com a investigação, Carlinhos Cachoeira resolveu habilitar os
15 rádios Nextel em Miami porque arapongas lhe asseguraram que, assim,
eles escapariam de grampos telefônicos. Segundo o Ministério Público
Federal, Cachoeira seguiu orientação do delegado da Polícia Federal
Fernando Byron e do ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de
Araújo, o Dadá, também presos na Operação Monte Carlo. “Para azar deles e
sorte da sociedade, a Polícia Federal conseguiu realizar a
interceptação telefônica. E isso mudou todo o rumo da investigação”,
afirmou o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, na decisão judicial
(trecho abaixo) que autorizou a operação Monte Carlo.
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