Do Blog do Miro - terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Por Altamiro Borges
A volta de Hugo Chávez, após dois meses de tratamento
do seu
câncer em Cuba, frustrou os barões da mídia. Eles juravam que o líder
bolivariano
não retornaria ao país. Acreditaram piamente nas informações dos agentes
da sinistra
CIA de que o presidente venezuelano sobrevivia apenas por aparelhos. A
grotesca
foto do jornal espanhol El País, com Hugo Chávez entubado, foi replicada
pela
mídia nativa. Merval Pereira, o “imortal”, já havia anunciado a sua
morte no ano passado, antes das eleições presidenciais de outubro.
A mídia colonizada do Brasil, que mais parece uma sucursal
rastaquera do Departamento de Estado dos EUA, sofreu três duras derrotas
neste
início de semana. O presidente Hugo Chávez, que os abutres da velha
imprensa já
davam como morto, retornou à Venezuela e foi saudado por milhares de
pessoas. Já Rafael Correa, outro satanizado pela mídia, foi reeleito com
folga no Equador. Por último, a “blogueira” cubana Yoani Sánchez,
marionete dos EUA,
chegou ao Brasil e foi desmascarada nas ruas e nas redes sociais.
Com base nestas informações falsas e macabras, a mídia
mundial e nacional fez intensa campanha para anular o resultado do pleito de
outubro passado, que garantiu mais um mandato para Hugo Chávez de forma
consagradora. O intento era criar o clima para uma nova tentativa de golpe na
Venezuela. A iniciativa não vingou graças ao apoio de milhões de venezuelanos,
que lotaram as ruas de Caracas no dia da posse. “O povo tomou posse” no lugar
de Hugo Chávez, que agora volta ao país para se recuperar do tratamento.
Já a vitória de Rafael Correa era esperada pela mídia
colonizada. Todas as pesquisas apontavam que ele venceria fácil o ex-banqueiro
Guillermo Lasso, da seita fascista Opus Dei, e os outros sete concorrentes.
Tanto que a imprensa, sempre seletiva, evitou dar destaque para a eleição no
Equador – como se o país vizinho não existisse. Com a conquista de quase 58%
dos votos e a reeleição já no primeiro turno, a mídia servil apenas lamentou a
vitória do “inimigo” dos EUA e da “liberdade de imprensa”.
O bombardeio contra Rafael Correa deve se intensificar
agora. Com a fácil reeleição e a conquista da maioria no Congresso Nacional, o líder
equatoriano já anunciou que a sua prioridade é a aprovação da “Ley de Medios”
no país. Nas suas primeiras entrevistas, ele fez questão de afirmar que os
maiores derrotados nas eleições foram “a oligarquia financeira e os donos dos
meios de comunicação”. O projeto de regulação democrática da mídia, antes
barrado, agora deve ser aprovado pelo parlamento. A gritaria midiática será
infernal.
Por último, no que se refere à visita ao Brasil da “blogueira”
Yoani Sánchez, o show armado pelo império e por sua mídia servil não deu os melhores
frutos. O script previa que a diretora “imposta” pelo antro patronal da
Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), com um salário de US$ 6 mil, fosse a
estrela da campanha mundial contra a revolução cubana. Os jornalões garantiram
generosos espaços; as revistonas, em especial a Veja, não param de falar na “blogueira
independente”; e as emissoras de tevê a seguem por todos os cantos.
Mas o show midiático, que esconde as origens e as ideias da “principal
dissidente cubana”, foi ofuscado nas redes sociais e nas ruas. De forma
legítima, grupos de manifestantes protestaram contra Yoani Sánchez na sua
chegada em Recife, no seu deslocamento para Salvador e na sua viagem ao
interior da Bahia. A mesma mídia colonizada que já estimulou protestos contra
líderes mundiais desafetos dos EUA, agora censurou as legítimas manifestações
contra a “blogueira” financiada e manietada pelo império.
Com mais estes três derrotas na América Latina, a mídia
servil aos EUA só tem a apresentar como trunfos aos seus ingênuos seguidores os
golpes em Honduras e no Paraguai, a eleição fraudulenta no México e a
manutenção do governo terrorista da Colômbia. A região continua se movendo de
forma progressista, apesar de todos os percalços e dificuldades. Ela se firma
como polo contra-hegemônico ao neoliberalismo e ao imperialismo ianque, o que
causa desespero nos barões da mídia.
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