sábado, 16 de março de 2013

Após 21 anos, governo tucano pede mais uma década para limpar o rio Tietê


Após 21 anos, governo paulista pede mais uma década para limpar o rio Tietê
Após angariar recursos japoneses que não resolveram o problema, 
Alckmin e Dilma contarão com apoio de Coutinho (centro) para despoluir o rio 
Foto: Brazil Photo Press/Folhapress
Promessa da Sabesp agora é de que em 2025 o rio terá 'fauna diversificada'; terceira fase tem financiamento de R$ 1,35 bilhão do BNDES
São Paulo – A diretora-presidenta da Sabesp, Dilma Pena, disse na tarde de hoje (15) no Palácio dos Bandeirantes que, “em 2020, toda a bacia do Alto Tietê não será rio morto. Terá oxigênio e portanto terá vida e peixes de espécies mais resistentes. Em 2025, a parte do rio Tietê na cidade de São Paulo terá uma fauna aquática já mais diversificada”.
A afirmação foi feita em cerimônia de assinatura de financiamento de R$ 1,35 bilhão do governo de São Paulo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos destinados ao Projeto Tietê. O governador Geraldo Alckmin, Dilma Pena e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, participaram da cerimônia no Palácio dos Bandeirantes. O montante será aplicado pela Sabesp na capital e em mais 27 cidades da Grande São Paulo.
Iniciado em 1992, o projeto de limpeza entrará, com recursos federais, na terceira fase. A promessa mais recente, de 2009, indicava que até 2018 a despoluição no trecho urbano estaria concluída. Segundo Dilma Pena, essa fase, a ser concluída em 2015, prevê que “até a barragem da Penha (zona leste da capital) o rio terá boas condições e no Alto Tietê ele estará vivo”. No entanto, a diretora-presidenta da Sabesp reconhece que, mesmo no final de 2015, a parte do Tietê que passa pela capital ainda estará poluída. Ela afirma também que a meta é que até o final da década o rio esteja “saudável”.
Segundo ela, os investimentos em infraestrutura, tratamento e coleta de esgoto feitos pelo governo precisam ser acompanhados da gestão do problema do lixo pelas administrações municipais, um dos grandes problemas causadores da poluição do rio. “É muito importante que as prefeituras tenham serviços de limpeza urbana mais eficientes, e que cada cidadão cuide melhor do lixo que produz.”
O governador Geraldo Alckmin, em referência às críticas comumente feitas à morosidade do Projeto Tietê, afirmou que existem diferenças entre projetos europeus do mesmo gênero e o de São Paulo. “O Tâmisa, em Londres, é um rio de foz, tem muita água, e aqui (o Tietê) é um rio de cabeceira. A 700 metros de altura, em São Paulo, temos 20 milhões de pessoas e o desafio é muito maior”, comparou.
Alckmin disse que a melhora das condições do rio deve ser medida pela chamada “mancha de poluição”. Dilma Pena explicou que a “mancha” no interior do estado recuou de Barra Bonita para Salto, a 160 quilômetros.
Questionada sobre um relatório de Qualidade das Águas Superficiais no Estado de São Paulo, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), divulgado em 2012 com dados de 2011, de 176 municípios da Bacia do Rio Tietê, segundo o qual menos de 30% deles possuem sistema de coleta e tratamento completo de esgoto, a diretora-presidenta da Sabesp afirmou: “Ao longo de toda a bacia do rio, desde Salesópolis até sua foz, exceto litoral e Alto Tietê, todas as cidades operadas pela Sabesp terão 100% de esgoto coletado e tratado até o final de 2014”. Segundo ela, além do Projeto Tietê, por meio do programa Água Limpa o governo apoia municípios com menos de 50 mil habitantes na solução de tratamento de esgoto.
A quarta fase do Projeto Tietê, disse Dilma Pena, já conta com recursos anunciados na semana passada pelo governo federal. “Já temos para essa fase R$ 1,2 bilhão do BNDES e da Caixa Econômica Federal em regime de financiamento”, explicou. Essa fase do projeto tem como prioridades coletores no Anhangabaú e interceptores na zona lesta da cidade. De acordo com a diretora-presidenta da Sabesp, as licitações dessas obras serão lançadas ainda este ano.
A primeira etapa do Projeto Tietê (de 1995 a 1998) custou R$ 2,6 bilhões. A segunda, de 2000 a 2008, R$ 928 milhões. A terceira fase, que vai até 2015, custará R$ 3,9 bilhões. A quarta está em planejamento.
O presidente do BNDES afirmou que o governo federal está “orgulhoso de participar desse projeto”. Disse ainda que em 2012 o governo destinou cerca de R$ 3,8 bilhões em financiamento de obras públicas para São Paulo.
Eduardo Maretti
No Rede Brasil Atual

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