Após angariar recursos japoneses que não resolveram o problema, Alckmin e Dilma contarão com apoio de Coutinho (centro) para despoluir o rio Foto: Brazil Photo Press/Folhapress |
Promessa da Sabesp agora é de que em
2025 o rio terá 'fauna diversificada'; terceira fase tem financiamento
de R$ 1,35 bilhão do BNDES
São Paulo – A diretora-presidenta da Sabesp, Dilma Pena, disse na tarde
de hoje (15) no Palácio dos Bandeirantes que, “em 2020, toda a bacia do
Alto Tietê não será rio morto. Terá oxigênio e portanto terá vida e
peixes de espécies mais resistentes. Em 2025, a parte do rio Tietê na
cidade de São Paulo terá uma fauna aquática já mais diversificada”.
A afirmação foi feita em cerimônia de assinatura de financiamento de R$
1,35 bilhão do governo de São Paulo com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos destinados
ao Projeto Tietê. O governador Geraldo Alckmin, Dilma Pena e o
presidente do BNDES, Luciano Coutinho, participaram da cerimônia no
Palácio dos Bandeirantes. O montante será aplicado pela Sabesp na
capital e em mais 27 cidades da Grande São Paulo.
Iniciado em 1992, o projeto de limpeza entrará, com recursos federais,
na terceira fase. A promessa mais recente, de 2009, indicava que até
2018 a despoluição no trecho urbano estaria concluída. Segundo Dilma
Pena, essa fase, a ser concluída em 2015, prevê que “até a barragem da
Penha (zona leste da capital) o rio terá boas condições e no Alto Tietê
ele estará vivo”. No entanto, a diretora-presidenta da Sabesp reconhece
que, mesmo no final de 2015, a parte do Tietê que passa pela capital
ainda estará poluída. Ela afirma também que a meta é que até o final da
década o rio esteja “saudável”.
Segundo ela, os investimentos em infraestrutura, tratamento e coleta de
esgoto feitos pelo governo precisam ser acompanhados da gestão do
problema do lixo pelas administrações municipais, um dos grandes
problemas causadores da poluição do rio. “É muito importante que as
prefeituras tenham serviços de limpeza urbana mais eficientes, e que
cada cidadão cuide melhor do lixo que produz.”
O governador Geraldo Alckmin, em referência às críticas comumente feitas
à morosidade do Projeto Tietê, afirmou que existem diferenças entre
projetos europeus do mesmo gênero e o de São Paulo. “O Tâmisa, em
Londres, é um rio de foz, tem muita água, e aqui (o Tietê) é um rio de
cabeceira. A 700 metros de altura, em São Paulo, temos 20 milhões de
pessoas e o desafio é muito maior”, comparou.
Alckmin disse que a melhora das condições do rio deve ser medida pela
chamada “mancha de poluição”. Dilma Pena explicou que a “mancha” no
interior do estado recuou de Barra Bonita para Salto, a 160 quilômetros.
Questionada sobre um relatório de Qualidade das Águas Superficiais no
Estado de São Paulo, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(Cetesb), divulgado em 2012 com dados de 2011, de 176 municípios da
Bacia do Rio Tietê, segundo o qual menos de 30% deles possuem sistema de
coleta e tratamento completo de esgoto, a diretora-presidenta da Sabesp
afirmou: “Ao longo de toda a bacia do rio, desde Salesópolis até sua
foz, exceto litoral e Alto Tietê, todas as cidades operadas pela Sabesp
terão 100% de esgoto coletado e tratado até o final de 2014”. Segundo
ela, além do Projeto Tietê, por meio do programa Água Limpa o governo
apoia municípios com menos de 50 mil habitantes na solução de tratamento
de esgoto.
A quarta fase do Projeto Tietê, disse Dilma Pena, já conta com recursos
anunciados na semana passada pelo governo federal. “Já temos para essa
fase R$ 1,2 bilhão do BNDES e da Caixa Econômica Federal em regime de
financiamento”, explicou. Essa fase do projeto tem como prioridades
coletores no Anhangabaú e interceptores na zona lesta da cidade. De
acordo com a diretora-presidenta da Sabesp, as licitações dessas obras
serão lançadas ainda este ano.
A primeira etapa do Projeto Tietê (de 1995 a 1998) custou R$ 2,6
bilhões. A segunda, de 2000 a 2008, R$ 928 milhões. A terceira fase, que
vai até 2015, custará R$ 3,9 bilhões. A quarta está em planejamento.
O presidente do BNDES afirmou que o governo federal está “orgulhoso de
participar desse projeto”. Disse ainda que em 2012 o governo destinou
cerca de R$ 3,8 bilhões em financiamento de obras públicas para São
Paulo.
Eduardo MarettiNo Rede Brasil Atual
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