Por Bepe Damasco, em seu blog:
É impressionante que não cause nenhum constrangimento a um presidente de
suprema corte o apelo a manobras tão baixas e vis. Primeiro, na sessão
do STF de quarta-feira, que votava o acolhimento ou não dos embargos
infringentes, na Ação Penal 470, Barbosa suspende a sessão
monocraticamente, atordoado com o placar de 4 a 2 favorável aos
embargos. O objetivo mal disfarçado foi ganhar 24 horas para acionar a
matilha da mídia golpista e pressionar a próxima a votar, a ministra
Carmem Lúcia.
Bingo. Missão coroada de êxito. A ministra, cuja inclinação de voto
pendia para o sim aos embargos, mudou de lado. Aliás, cabe registrar,
votou estranhamente pela primeira vez em dissonância com a ministra Rosa
Weber. As duas ministras mulheres vinham até então se posicionado de
forma idêntica desde o início do julgamento, em agosto do ano passado.
Talvez a ministra cultive o mau gosto extremo de ler Merval Pereira (o
12º ministro do Supremo, segundo Paulo Henrique Amorim) todos os dias.
É que na sua coluna no Globo desta quinta-feira, Merval expressara sua
contrariedade com os novos ventos que sopram sobre o STF elencando um
amontoado de argumentos que vão do cinismo mais deslavado à
desonestidade intelectual sem maquiagem, passando por uma cara de pau
que deve trazer até dificuldade para que ele se mire no espelho. Diante
de um julgamento político e de exceção jamais visto na história do
Supremo, feito sob medida para incriminar o PT, o acadêmico de fancaria
teve o topete de escrever que o provável acolhimento dos infringentes
era uma decisão política.
E tome ataque à nova composição do tribunal. Na pena de Merval,
subitamente o STF deixou de ser o vingador da sociedade para se
transformar num colegiado susceptível a pressões políticas. Voltando à
apreciação dos infringentes, retomada nesta quinta-feira, depois do voto
contrário de Gilmar Mendes, que, espumando de ódio contra os petistas,
nada mais fez do que realçar sua condição de militante das causas mais
reacionárias e obscurantistas, foi a vez do primo de Collor de Mello
proferir um longo, confuso e estratégico voto pelo não recebimento dos
embargos.
Estratégico porque se arrastou o tempo necessário para que Barbosa
suspendesse a sessão logo em seguida, sem dar a palavra ao último
ministro a votar, Celso de Mello. É tão simples quanto estarrecedor.
Sabedor de que Celso de Mello tem conhecida posição pública em favor dos
infringentes, manifestada inclusive durante o julgamento da Ação Penal
470, Barbosa apagou a luz e fechou a porta, à espera das capas,
manchetes, matérias e editoriais das Vejas, Globos, Épocas, Folhas e
Estadões da vida. Imagina a quantidade de "especialistas" que serão
ouvidos até quarta-feira da semana que vem, quando a sessão recomeça.
Mas o tiro pode sair pela culatra : ouvido pelo site G1 logo depois do
apagão protagonizado por Barbosa, Celso de Mello disse que seu
entendimento sobre esse tipo de embargo não mudou e não mudará. Afirmou
ainda que seu voto está pronto há muitos dias. A conferir, porque a
artilharia do PIG não lhe dará tréguas até o dia da retomada do
julgamento. Mas o ministro se vê diante de uma oportunidade de ouro para
mostrar que não é apenas mais um juiz midiático e acovardado.
Postado há 7 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.
Um comentário:
ESTE É O EXEMPLO DE ISENÇÃO QUE JOAQUIM BARBOSA E SEUS SEGUIDORES QUE NA REALIDADE SÃO DO PIG NOS MOSTRA, UMA VERDADEIRA VERGONHA QUE JUSTIÇA É ESTA QUE DEIXA-SE PAUTAR POR ESTAS MÍDIAS GOLPISTAS QUE TODOS NÓS SABEMOS QUE SÃO.
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