Aparelho do deputado estadual Gustavo Perrela (SDD), de Minas Gerais,
filho do senador Zezé Perrela (PDT), tem combustível pago pela
Assembleia Legislativa; gastos foram de R$ 14 mil entre janeiro e
outubro; piloto Rogério Almeida, preso em flagrante pela Polícia Federal
quando transportava 450 quilos de cocaína, recebia salários da mesma
fonte pública: R$ 1,7 mil por mês; verba para o helicóptero do pó deu
para comprar 2,8 mil litros de querosene e voar 6,5 mil quilômetros;
Perrelinha confirmou uso dos recursos públicos para ser livre para voar;
mas como foram essas viagens?
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Tornou-se ainda mais grotesco o caso da apreensão, com 450 quilos de
cocaína, nesta semana, do helicóptero de propriedade da empresa
agropecuária dos filhos do senador Zezé Perrela (PDT-MG) - o deputado
estadual Gustavo Perrela (Solidariedade) e sua irmã Carolina Perrela,
além do primo André Almeida Costa. Descobriu-se que o chamado
helicóptero do pó voava à base de combustível pago com o dinheiro
público dos contribuinte mineiros. O piloto Rogério Almeida, preso em
flagrante com a impressionante carga da droga, também recebia R$ 1,7 mil
da Assembleia, na qualidade de assessor do deputado Perrelinha.
Nada menos que R$ 14 mil foram gastos, entre janeiro e outubro deste
ano, pela Assembleia mineira com o combustível para o helicóptero do pó.
Com esse dinheiro é possível comprar nada menos que 2,8 mil litros de
querosene, o suficiente para voar 6,5 mil quilômetros. Perrelinha
confirmou que usava a verba indenizatória dada pela Assembleia para
encher o tanque do aparelho, usado, sendo registrou em nota, para
missões políticas.
Será mesmo? Agentes da Polícia Federal suspeitam, em razão da expressão
da quantidade de cocaína apreendida, que a viagem encerrada na
segunda-feira 25, no Espírito Santo, pode não ter sido o único voo do
helicóptero com pó. Justificam, nos bastidores da operação, que
traficantes dificilmente transportam tanta droga – repita-se, quase meia
tonelada – num esquema principiante.
Normalmente, longas viagens com droga são feitas, inicialmente, em
quantidades menores, até que se assegure a eficiência dos meios
utilizados.
Em relação a essas outras viagens, Perrelinha afirmou que eram todas
para compromissos profissionais. É o que se vai apurar. Na terça-feira
26, um dia após a operação da PF, o piloto Rogério Almeida foi exonerado
do gabinete de Perrelinha. Tratava-se de um funcionário de confiança,
que está sendo ouvido pelos agentes federais. Ele sabe muito sobre a
rotina dos voos de Perrelinha.
Ex-presidente do Cruzeiro, o senador Zezé Perrela ainda não se pronunciou sobre o caso.
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