Estamos sendo vítimas há dois dias de uma greve selvagem promovida pelo
banditismo sindical de uma dissidência dos motoristas de ônibus e todos
se perguntam quando isso vai parar. Ninguém sabe. Até agora, ninguém foi
preso. São Paulo, a maior cidade do país, virou uma terra de ninguém,
onde impera o vale-tudo. Ônibus são abandonados, muitos atravessados no
meio da pista, nos principais corredores de trânsito, com o
pisca-ligado e pneus furados, sem as chaves no contato. Isso é crime,
mas ninguém faz nada, a polícia só assiste placidamente ao vandalismo
organizado.
Dois milhões de paulistanos foram diretamente atingidos pela falta de
transporte, mas outro tanto ficou preso no caos dos congestionamentos,
que desde terça-feira nos impedem de chegar ao trabalho e voltar para
casa, ir à escola ou ao médico. Quem vai pagar por isso?
Esta greve, deflagrada à revelia do sindicato da categoria, que já havia
fechado um acordo com as empresas, aceitando 10% de aumento salarial,
não tem líderes nem interlocutores, assim como os black blocs
mascarados, mas seria muito fácil identificar os responsáveis, se esta
fosse a vontade dos responsáveis pela segurança pública.
O controle das garagens de 14 viações que paralisaram 10 dos 33
terminais de ônibus da capital nesta quarta-feira, deve ter
registrado quais motoristas saíram com quais veículos nas últimas 48
horas. Basta a polícia comparar com os ônibus que foram abandonados nas
ruas e levar todos presos para a delegacia mais próxima. Estranhamente,
nenhuma empresa se manifestou sobre isso até o começo da tarde.
Os prejuízos causados à indústria e ao comércio, obrigados a fechar suas
portas ou dispensar os funcionários mais cedo, são incalculáveis, assim
como os transtornos causados aos cidadãos contribuintes, impedidos de
exercer seu sagrado direito de ir e vir.
Sem aviso prévio, a bandidagem sindical resolveu parar a cidade e deixou
atônitas as autoridades do município e do Estado. O governador Geraldo
Alckmin, como de hábito, manteve um obsequioso silêncio. Já o prefeito
Fernando Haddad acusou os grevistas de utilizar "tática de guerrilha" e
ameaçou recorrer ao Ministério Público, à Polícia Federal e à Polícia
Civil de São Paulo, que hoje também estava em greve. Providências
concretas, nenhuma, a não ser suspender o rodízio de veículos.
Os passageiros dos ônibus que conseguiram sair das garagens e estavam
circulando foram cercados por piqueteiros agindo livremente em vários
pontos da cidade, ameaçando depredar os veículos, como informou o R7, às
15h28. A 20 dias da Copa, é este o clima de guerra campal na
cidade-sede do jogo de abertura entre Brasil e Croácia, no Itaquerão,
estádio que ainda está em obras.
A quem está me achando muito pessimista, peço o favor de me dar pelo menos um motivo de otimismo. Agradeço desde já.
Do Blog POR UM NOVO BRASIL.
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