A corrupção ainda é um grave problema no Brasil porque o combate
à corrupção ainda está em sua infância. Tem pouco mais de 10 anos.
É a partir do governo Lula que se cria a Controladoria Geral da União; a
Polícia Federal multiplica seu efetivo e o número de operações; e as
demissões de servidores envolvidos em ilícitos se tornam regra, e não
exceção.
É bem verdade que, antes, já existiam a Polícia Federal, o Ministério
Público e uma Corregedoria-Geral da União. Mas alguém conhece alguma
estatística relevante dessa época? Não existe. O combate à corrupção no governo FHC é traço.
A única estatística mais polpuda daquela época é a do
ex-procurador-geral da República de FHC, Geraldo Brindeiro, que, até
2001, tinha em suas gavetas mais de 4 mil processos parados – fato que
lhe rendeu o apelido de “engavetador-geral da República”.
De 2003 a 2013, compreendendo os governos de Lula e Dilma, a expulsão de
servidores acusados de corrupção quase dobrou, passando de 268, em
2003, para 428, em 2013.
Gráfico 1 – Servidores expulsos do serviço público (2003-2013)
Dados
da CGU, disponíveis no Relatório de acompanhamento das punições
expulsivas aplicadas a estatutários no âmbito da administração pública
federal (mais aqui).
As operações da Polícia Federal saltaram de 9, em 2003, para mais de 200, a partir de 2008 (dados da Polícia Federal).
Gráfico 2 – Operações da Política Federal e número de servidores presos (2003-2012)
Fonte: dados da Polícia Federal, em gráfico produzido em estudo do Instituto Alvorada (mais aqui).
Antes de 2003, se os escândalos envolvessem políticos, aí é que não
acontecia nada vezes nada. Apenas dois casos podem ser citados com algum
destaque na atuação da PF.
O primeiro foi a prisão de Hildebrando Pascoal, em 1999. Hildebrando era
deputado pelo então PFL (hoje DEM) no estado do Acre e acabou condenado
por chefiar um grupo de extermínio. Ficou célebre pela sessão de
tortura em que uma pessoa teve os olhos perfurados; as pernas, os braços
e o pênis amputados com uma motosserra; e um prego cravado na cabeça.
O outro foi o caso Lunus, a operação da PF de março de 2002 que
vasculhou a sede da construtora Lunus, de propriedade da governadora do
Maranhão, Roseana Sarney, então no PFL. Naquele ano, Roseana era
candidata à Presidência da República e estava bem melhor posicionada nas
pesquisas do que o candidato do PSDB, José Serra. A operação foi
coroada de êxito: criou um escândalo que sepultou a candidatura de
Roseana.
O PSDB, que se diz contra o aparelhamento do Estado para fins
partidários, tinha à frente da PF o delegado Agílio Monteiro Filho, que
se candidataria a deputado federal pelo PSDB no mesmo ano de 2002.
Não existia combate à corrupção política antes de 2003. Isso é coisa do
Lula e dessa tal Dilma Rousseff, hoje acusados de fazerem pouco
justamente por aqueles que não fizeram nada além de aparelharem o Estado
para fins partidários.
ANTONIO LASSANCE
ANTONIO LASSANCE
Do Blog O TERROR DO NORDESTE.
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