Brasil 247 - 19 de Setembro de 2014 às 14:36
Em meio a toda sorte de críticas e ataques, pela
direita e à esquerda, na política, economia e administração do governo,
presidente Dilma Rousseff resiste e cresce nas pesquisas; eppur si muove; mesmo
sob a névoa de cobertura francamente de oposição na mídia tradicional e
com inimigos nos clãs mais ricos da bilionária comunicação brasileira;
institutos convergem em colocar Dilma no caminho dos 40% de intenções,
cerca de dez pontos adiante de Marina Silva, do PSB; sobre a 2ª volta,
aferições informam fim da larga vantagem da adversária e o
estabelecimento de empate técnico; base de sustentação é atribuída ao
efeito dos programas sociais como Bolsa Família, mas só eles seriam
mesmo capazes de trazer Dilma sã, salva e forte até aqui?; há mais
Tratada como fenômeno, a
verdadeira surpresa da eleição presidencial até aqui, no sentido de ter
mais e crescente confiança da opinião púbica neste primeiro turno, não
é, já se sabia desde a semana passada, Marina Silva. Falta os
adversários reconhecerem, o que é duro, que esse fenômeno é mesmo a
presidente Dilma Rousseff.
Nenhuma pessoa de presidente da República, a não ser pelos exemplos históricos dramáticos de Getúlio Vargas, em 1954, e Jango Goulart, em 1961, apanhou tanto da mídia quanto Dilma. Com a diferença que ela tem sofrido por mais tempo e a partir de máquinas bilionárias com altíssimo poder de destruição. E, repita-se, está de pé.
A simples atribuição de todas e cada uma das forças da presidente ao programa Bolsa Família, com 14 milhões de beneficiários, não explica o verdadeiro fenômeno de resiliência que ela encerra. Dilma não tem interlocutores éticos na cúpula da pirâmide patronal da mídia, mas vai sabendo, como primeiro anotou, em 247, o editor Paulo Moreira Leite, voltar ao seu estado natural de favorita à vitória mesmo sobre as iniciativas para sua deformação.
Para quem só acredita em números de pesquisas, ainda que estas tenham apresentado falhas grosseiras nas eleições municipais de 2012, todas convergem para colocar Dilma numa posição, longe de ser confortável, perto da que os adversários não queriam. Vai se lembrar que, se Dilma jamais baixou de 30 pontos nas pesquisas para primeiro turno, também faz tempo que não apresenta 40. No momento, porém, tanto Datafolha como Ibope apresentam a presidente com seu caminhão de campanha na direção de voltar ao patamar inicial. Um subido íngreme, mas que a campanha do PT está sabendo, sem grandes retrocessos, escalar.
Em janeiro do ano passado, os veículos conhecidos genericamente como 'formadores de opinião' associaram em suas capas, manchetes e matérias de televisão e rádio Dilma à "inflação do tomate".
Montagens, charges, caricaturas, editorialistas, economistas e fontes de toda espécie se somaram, então, no maior movimento de depreciação que um governo que manteve a inflação dentro da meta e a taxa de desemprego em níveis históricos de baixa já havia sofrido. Neste e em muitos outros medidores macroeconômicos, Dilma e seu governo entregaram resultados absolutamente razoáveis e facilmente compreensíveis dentro do contexto global, mas não houve taxa ou percentual que barrasse a onda crescente de notícias escolhidas a pior, projeções catastrofistas e análises que não se combinaram com a realidade.
De Dilma e seu governo, voz corrente entre os analistas, tem o País o Ministério mais fraco de todos os tempos, na expressão cunhada pelo 'pauteiro' José Serra. As escolhas políticas da presidente são acusados de serem, sempre, as piores. Os programas sociais de seu governo sofrem boicote. Basta lembrar, neste sentido o que se passou com a repercussão dada aos achincalhes ao Mais Médicos – além da vigilância crítica permanente sobre o mundialmente reconhecido programa Bolsa Família.
Vitórias globais de Dima foram minimizadas, como a a eleição, por articulação pessoal da presidente, do brasileiro Roberto Azêvedo para o comando da OMC. Ou a resposta dura dada ao presidente Barack Obama por espionar o governo, as empresas e os cidadãos brasileiros. Isso tudo, assim como espetacular e brilhantemente executada manobra de criação do Novo Banco de Desenvolvimento, com verbas de US$ 100 bilhões dos Brics. Um ou outro inevitável elogio, e olhe lá, foram dados com saliente má vontade. Percalços nacionais, com a mão pesada de quem bate, foram amplificados. Foi assim que uma ofensa contra Dilma na abertura da Copa do Mundo, feita a partir do setor de camarotes, ganhou dimensão nacional por dias a fio.
EPPUR SI MUOVE - Tudo foi contra Dilma. E tudo continua contra ela. Eppur si muove. Num país que, a cada eleição, fica cada vez mais dependente das pesquisas de opinião de precisão discutível para entender o presente e projetar o futuro, a presidente está ganhando no critério que mais se leva em consideração: as próprias pesquisas.
Já está ocorrendo de um contingente em ascensão acreditar que Dilma é uma boa presidente e uma candidata extremamente competitiva. Se mostrou ter 'casca grossa' para chegar sã e salva até aqui, como evitar devolver a ela o favoritismo que sempre exibiu?
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