quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Ibope: Dilma dispara no voto masculino


18 de setembro de 2014 | 12:46 Autor: Miguel do Rosário
dilmamarina111
Prezados, o Fernando Brito ainda está se recuperando da gripe. Falei com ele há pouco e ele estava num posto de saúde fazendo exames. Enviou-me mensagem dizendo que permanece “derrubado”.
Eu lhes mantenho informado por aqui. Melhoras, Fernando!
Enquanto isso, eu faço o que posso para substituí-lo por aqui.
*
Tenho uma novidade bem instigante para contar, mas antes um preâmbulo.
O Ibope divulgou hoje a íntegra do relatório de sua última pesquisa. Vamos lá fazer nossa tradicional análise comparativa entre a última pesquisa, do dia 08 de setembro e esta mais recente, do dia 15.
Com algumas referências para a pesquisa anterior, do dia 02 de setembro.
Alguns leitores, céticos em relação ao Ibope, sobretudo depois que descobriram que a Globo é patrocinadora de quase todas as pesquisas do instituto, reclamam que eu não deveria nem analisar esses dados, para não “legitimá-los”.
Caros amigos e belas amigas, não posso agir assim.
Concordo que devemos manter o desconfiômetro ligado em intensidade máxima, porque de fato é um desequilíbrio democrático que ao problema da concentração midiática se some o problema da concentração de pesquisas.
Os mesmos donos da mídia bancam as pesquisas, ou, o que é muito pior, o mesmo dono da mídia – a Globo – banca “a” pesquisa.
Ibope/Datafolha, bancados pelo mesmo patrocinador, tornam-se um só. E isso é o fim da picada.
Eu posso até conceder, e por isso lhes dou atenção, que as principais pesquisas no Brasil são sérias e feitas com profissionalismo.
Mas as perguntas são escolhidas pelo patrocinador.
A data em que é divulgada é escolhida pelo patrocinador.
Com isso, a mídia controla a agenda política, e isso constitui, na doutrina democrática, uma agressão à soberania popular, pois a agenda política deveria ser livre e plural.
Numa reforma política, podia-se aprovar o aporte de recursos públicos para que órgãos mais imparciais, como as universidades, assumissem a linha de frente na produção de pesquisas no Brasil. Cada pesquisa contaria com auditoria externa e independente, inclusive internacional.
Que houvesse regras para não transferirmos o monopólio da mídia para o monopólio do mercado de pesquisas.
Que houvesse um calendário pré-definido de divulgação e perguntas sugeridas pelos diferentes campos políticos.
Enfim, regras que pudessem nos acalmar, para nos concentrarmos no debate político propriamente dito.
Enquanto isso não acontece, permita-me continuar fazendo minhas análises. Mesmo que se desconfie de seus resultados finais, é preciso compreender que as pesquisas oferecem lógicas internas que nos permitem examinar as entranhas da formação do voto.
Há várias eleições que analiso pesquisas de intenção de voto. É um hábito que herdei do jornalismo econômico, no qual trabalhei por muitos anos.
Há uma poesia tranquila nos números, e há sempre segredos ávidos por serem desvelados.
Por exemplo, eu descobri uma fórmula que me permite, através da pesquisa de agora, antever o resultado da próxima.
É o voto masculino.
O voto masculino antecede o voto feminino. Não sei bem porque. Pelo número de votos em branco e indecisos, suponho que a mulher é um pouco mais prudente e criteriosa na escolha de seu candidato. Ela costuma demorar um pouco mais a tomar sua decisão eleitoral.
Mas a tendência é o voto geral assumir a feição do voto masculino. Não porque a mulher imite o homem. Hoje em dia, acreditaria antes no contrário, como inclusive ironiza a propaganda do Tiririca, na qual a mulher manda o marido votar no deputado.
A razão é mais prosaica. A formação do voto não segue parâmetro de gênero sexual, e sim de renda, instrução, idade e região. E em qualquer faixa de renda, instrução, idade ou região, há sempre o mesmo número de homens e mulheres. O que ditará o voto será a tendência psicossocial de um desses setores do eleitorado. E o voto masculino aponta essa tendência.
Não é de hoje que eu defendo essa teoria. Desde 2010 que venho fazendo exercícios de análise neste sentido, e comprovando-a empiricamente.
Por exemplo, no Ibope do dia 02 de setembro, Marina tinha 33% das intenções de voto, sendo 31% entre homens e 35% entre mulheres. Na pesquisa seguinte, do dia 08 do mesmo mês, a sua média de votos cai para 31%, ou seja, para o mesmo nível do voto masculino da pesquisa anterior.
Outro exemplo: Dilma tinha 37% na pesquisa Ibope feita no início de setembro, sendo 39% entre homens e 35% entre mulheres. Na pesquisa seguinte, ela marca… 39% na média geral.
E como está Marina hoje, na pesquisa feita no dia 15 de setembro? A candidata do PSB tem 30%, sendo 28% entre homens e 31% entre mulheres.
Se eu estiver certo, na próxima pesquisa Ibope, Marina terá em torno de 28%.
E Dilma? Ela tem 36% na média, sendo 39% entre homens e 34% entre mulheres.
Se eu estiver certo, na próxima pesquisa ela voltará aos 39% na média.
Considerando apenas o público masculino, que tem índices menores de indecisos, Dilma ampliou sua vantagem sobre Marina, na última pesquisa Ibope, de 8 para 11 pontos. A petista tem 39%, contra 28% de Marina, entre os votos masculinos.
Se a minha teoria estiver correta, portanto, Dilma ampliará a vantagem sobre Marina na próxima pesquisa.
Cálculo parecido se faz para o segundo turno: entre os homens, Dilma e Marina estão empatadas com 42%. A vantagem de Marina entre homens, no segundo turno, que era de 6 pontos no início do mês, caiu para 1 pontos no dia 08 e agora é zero.
ScreenHunter_4881 Sep. 18 11.32

Do Blog TIJOLAÇO.

Nenhum comentário: