Presidenciável volta a defender a pulverização dos recursos da
compensação de extração do petróleo, o que levaria à perda de R$ 27
bilhões ao estado até 2020
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, assumiu
ontem ser favorável à lei aprovada no Congresso Nacional, em 2012, que
altera os repasses dos royalties dos estados produtores de petróleo,
como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. A Secretaria de Fazenda estima
que, com a nova lei, o Rio perderia, por ano, R$ 1,6 bilhão.
"Foi feita uma discussão no Congresso. Nesse momento está sendo
apreciado pela Justiça na mais alta Corte e a mais alta Corte irá se
pronunciar. Nós defendemos a forma como foi aprovado no Congresso
(Nacional)", afirmou Marina, em entrevista coletiva no Rio, ao ser
questionada sobre o assunto.
O impasse na lei, criticado pelos estados produtores, aguarda decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF), desde que o Congresso derrubou no ano
passado o veto da presidenta Dilma Rousseff. A petista queria retirar o
artigo que permitia a mudança nos atuais contratos. Os royalties são
verbas obtidas com a exploração do petróleo, como forma de compensação
por possíveis danos ambientais causados pela extração.
Pela maneira como ficou aprovada a Lei dos Royalties no Congresso, e que
Marina se diz favorável, os estados produtores, que recebem 26% do dinheiro
,
teriam a fatia reduzida para 20%. Para os municípios a diminuição é
mais severa: iriam de 26,25% para 15% no ano seguinte, chegando a apenas
4% em 2020. O prejuízo estimado do Estado do Rio com o novo modelo
chegaria a R$ 27 bilhões em 2020. Já o Espírito Santo deixaria de
receber R$ 10,5 bilhões.

No começo do mês, Marina emitiu uma nota negando que fosse a favor da
revisão dos contratos."Marina jamais defendeu ou defenderá projeto para
rever os contratos dos processos de exploração de petróleo em vigor. Os
estados produtores, como Rio e Espírito Santo, dependem desses recursos
para alimentar suas economias", informava a nota. Ela, no entanto, não
fez menção à posição favorável à Lei dos Royalties que permite a mudança
nos contratos. Jornal O Dia
A declaração de ontem é semelhante a quando Marina foi candidata pelo PV
em 2010. "Penso que a distribuição dos royalties não deve ficar apenas
com os estados produtores", disse ela ao DIA, naquela ocasião. Marina
completou dizendo que Rio de Janeiro e Espírito Santo precisam ser
"valorizados", mas a ex-senadora não deixou clara como seria a
compensação de recursos aos estados produtores.
Marina também falou ontem sobre mudanças na legislação trabalhista. Na
terça-feira, a ambientalista disse que a coligação estuda atualizações
das leis "sem prejuízo do trabalhador".
Marina ressaltou ontem que os direitos básicos não serão modificados."Em
relação aos direitos dos trabalhadores, suas férias, FGTS, todas as
conquistas devem e precisam ser respeitadas. Nosso programa é claro",
afirmou a candidata. No programa de governo está descrito apenas que
serão propostas "modernizações" nas relações entre empresas e empregados
para "dar maior segurança jurídica" sem especificar quais seriam as
mudanças.
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