“Julian Assange, dono do Wikileaks, ganha
direito a se exilar no Equador, dado pelo presidente Rafael Correa; mas
Inglaterra ameaça invadir representação do país em Londres, onde ele está
refugiado, para prendê-lo; ex-diplomata inglês alerta que embaixadores
britânicos em todo o mundo estariam em risco; precedente de território nacional
seria quebrado; é o ódio contra a liberdade de imprensa
Brasil 247
O jornal "The Guardian", um dos de maior prestígio da Inglaterra, já havia antecipado que a decisão seria favorável ao ativista, acusado de assédio sexual na Suécia. Num clima de intensa pressão, autoridades do Equador anunciaram que receberam ameaças da Inglaterra sobre uma possível invasão à embaixada – o que seria considerado, por parte do Equador, como um ato hostil e de guerra, por violar tratados internacionais. O governo de Rafael Correa já marcou uma reunião para discutir a ameaça e formular uma resposta ao governo britânico.
Não se sabe ainda qual será o próximo passo. Se Assange sair da embaixada agora, a Inglaterra tem a obrigação de prendê-lo, já que ele cumpre prisão domiciliar no país. A maior dificuldade é tirar o jornalista do prédio sem que ele seja preso pela polícia inglesa, que vigia o local sem trégua. Caso conseguisse deixar o local em segurança, ele poderia entrar num carro diplomático para ir até o aeroporto a fim de deixar a Grã-Bretanha, mas teria de sair do veículo em algum momento. Segundo Patiño, a situação do jornalista é "perigosa", já que ele é responsável pela divulgação de segredos muito bem guardados, inclusive do Pentágono na invasão do Iraque e, por isso, corre o risco de sofrer represálias.
Assange se tornou protagonista de uma
batalha global pela liberdade da informação – além, é claro, de inimigo público
dos Estados Unidos. Para defendê-lo, foi contratado como advogado o juiz
espanhol Baltazar Garzón, que é também uma celebridade internacional e foi
responsável pela prisão do ditador chileno Augusto Pinochet. O jornalista está
refugiado desde 19 de junho na embaixada do Equador em Londres para não ser
extraditado à Suécia, onde responde pelos processos e afirma que sua vida
correria riscos.”
Foto: Montagem/247
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