segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Serra fraco e Chalita vivo põem Alckmin no céu


“Governador tucano não precisa fazer mais do que tem feito para ver quadro municipal tomar contornos a seu favor; em queda, candidato tucano terá de lhe ser mais reverente; vindo de trás, postulante do PMDB ganha diretórios e amealha apoios disputados pelo próprio Serra; Alckmin sorri dos dois lados
Brasil 247
Na semana passada, sob a alegação de estar "gripado", o candidato José Serra faltou à inauguração de seu próprio comitê central de campanha, no edifício Joelma, no centro de São Paulo. No dia seguinte, sem nenhum problema, ele fez uma caminhada na zona Leste da cidade. A falta, por isso, foi compreendida politicamente, pelo receio que Serra tinha de ser mal recebido por correligionários de seu próprio partido, ainda com cobranças sobre a falta de diálogo e atenção dele com as bases dos bairros. No ato conduzido pelo ex-deputado Walter Feldman, a maior parte dos dezenas de presentes era composta por vereadores e correligionários do PSD. O vereadores tucano Gilberto Natalini, por exemplo, nem apareceu.
Serra, assim, não foi cobrado por ninguém – mas, efetivamente, ele mal está sendo apoiado pelo PSDB. A defecção do diretório zonal do Jabaquara, também na semana passada, que passou para o lado de Gabriel Chalita, do PMDB, pode destampar um caldeirão. E já se fala, em debates dos quais participam os deputados José Aníbal e Ricardo Trípoli, de uma era pós-Serra dentro do partido. O que se daria com a derrota do candidato à Prefeitura. Estaria aberto o portão, assim, para a renovação partidária, com chances para novos quadros e novas alianças políticas. Alguns acreditam que Serra, primeiro com sua preferência nacional pelo PFL e o sucessor DEM, e agora com o PSD de Gilberto Kassab, tenha levado o PSDB muito para a direita do campo ideológico. O retorno ao centro é desejado por muitos.
Também na máquina administrativa o trabalho político a favor de Chalita, e não Serra, vai correndo solto em setores como a Secretaria de Esportes, onde antigos quadros do PMDB continuam afixados. Ainda reverbera no comando da campanha do tucano a insistência com que Chalita usou o termo "parceria" ao tratar, no debate entre candidatos na TV Bandeirantes, quinze dias atrás, de seu relacionamento com o governador Geraldo Alckmin. Mesmo tendo usado várias vezes a expressão, de modo a demonstrar uma ligação bastante próxima com o governador, e despertando com isso reclamações posteriores de Serra, Chalita não foi, até agora, desmentido pelo próprio Alckmin – e nem será.”
Foto: Montagem/247
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