“Duas capas do jornal de João Roberto
Marinho são emblemáticas. Na de ontem, uma ordem para que o Parlamento se
enquadre diante da ordem do STF. Na de hoje, a denúncia de uma rebelião do
Congresso, como se o Legislativo não fosse um poder independente, em defesa de
suas próprias prerrogativas. Se isso não bastasse, editorial acusa Marco Maia
de agir como militante partidário. Detalhe: todos os partidos, menos o PPS, dão
apoio ao presidente da Câmara na disputa com o STF
A julgar pelas duas últimas capas do jornal
O Globo, da família Marinho, o periódico é um dos entusiastas da chamada
"supremocracia", regime político que se tenta implantar no Brasil e
que coloca o Supremo Tribunal Federal acima de todos os demais poderes.
Ontem, a chamada em negrito destacava
"Supremo cassa deputados e adverte direção da Câmara". Abaixo, o
subtítulo, que era quase um toque de recolher, e dizia: "Ministro Celso de
Mello faz duro alerta contra reações corporativas e diz que insubordinação é inaceitável".
Algo que poderia ser lido apenas como "enquadrem-se".
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