Eliakim Araujo, Direto da Redação
“Tenho dito aqui, com frequência, que o
império global está reescrevendo a história recente do Brasil sob sua
ótica, objetivando, evidentemente, tentar limpar sua barra perante a
opinião pública. A última dos Marinho é esse falso arrependimento pelo editorial
que antecedeu o golpe de abril de 64 e seu “equivocado apoio à ditadura
militar”.
Os vários projetos de “memória” criados
pelas várias mídias que compõem o conglomerado Globo, ao lado de mostrar o lado
colorido dos acontecimentos, têm na realidade o objetivo de transformar em
verdades absolutas os muitos pecados cometidos, especialmente no que se refere
à alienação da opinião pública.
Projetos de memória, para ter algum valor
histórico, precisam buscar o contraditório, se não vira samba de uma nota só ou
do pensamento único. O império do Jardim Botânico consegue fazer a cabeça dos
noveleiros, mas não das camadas mais politizadas da população. Os
manifestantes deixaram isso muito claro no mês de junho passado quando
incluíram em seus protestos o velho refrão (tem mais de 20 anos, é do tempo do
Brizola) “o povo não é bobo....” e outros mais recentes
surgidos da criatividade do brasileiro. As gerações mudam, mas o papel do grupo
Globo durante o período de escuridão que o país viveu não é esquecido.”
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