“Até quando Serra vai escapar da obrigação de prestar contas em casos de
corrupção como o do Metrô e, agora, o das propinas na prefeitura de São
Paulo para liberar prédios?”, questiona colunista; segundo ele, Mauro
Ricardo, que hoje é apresentado na imprensa como ‘secretário de Kassab’,
já foi o braço direito do ex-governador e indicado por ele para
comandar a Suframa, Superintendência da Zona Franca de Manaus
247 – Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo,
aponta a ligação de José Serra com Mauro Ricardo, ex-secretário de
Gilberto Kassab, como sinal de seu envolvimento em casos de fraudes em
São Paulo. Ele critica a blindagem do ex-governador na mídia. Leia:
Quem é Mauro Ricardo, homem de Serra tão citado no escândalo de SP
Troque um José por outro.
Em vez de Serra, Dirceu.
Imagine agora: um homem de Dirceu – um daqueles que acompanham alguém
por toda parte, de Brasília a São Paulo – ignora uma denúncia de
corrupção que pode chegar a meio bilhão de reais.
São cinco Mensalões, para você ter uma ideia da magnitude da ladroeira.
Continuemos. O homem de Dirceu confirma que recebeu a denúncia. E afirma
que desistiu de levar adiante qualquer investigação depois que os
acusados disseram que não estavam roubando nada.
Diz que ficou surpreso ao saber que estavam sim roubando. Pausa para
rir. Surpresa mesmo seria se sujeitos acusados de roubar admitissem.
Enfim.
Você faz conta do que aconteceria o José fosse Dirceu: capas sobre capas
da Veja pontificando sobre o mar de lama. Reportagens histéricas do
Jornal Nacional repercutindo cada ‘descoberta’ nova da Veja. Editoriais
do Estadão dando lições de decência. Colunistas como Jabor, Merval e
derivados disputando quem usa mais vezes a palavra corrupção.
Mas como o José é Serra não acontece nada. O homem de Serra – Mauro Ricardo – é apresentado como ‘secretário de Kassab’.
Até quando Serra vai escapar da obrigação de prestar contas em casos de
corrupção como o do Metrô e, agora, o das propinas na prefeitura de São
Paulo para liberar prédios?
Para saber quanto são ligados Serra e Ricardo pego uma reportagem de
2010 do Valor Econômico e reproduzo algumas palavras. O título era: “O
implacável braço direito de Serra”.
Ricardo trabalhava então fazia 15 anos com Serra. E era “um nome certo
para compor um eventual ministério do candidato tucano à Presidência”.
Mauro Ricardo é um dos raros elos entre Serra e Aécio. Em janeiro de
2003, então governador de Minas, Aécio pediu a Serra alguém para a
presidência da Copasa, a estatal mineira de saneamento. Serra indicou
Mauro Ricardo.
Mais recentemente, ele foi contratado para ser secretário das Finanças
do prefeito de Salvador ACM Neto. O site Bahia Notícias, em março
passado, publicou uma reportagem que trazia documentos com problemas
judiciais que Ricardo vem enfrentando.
O título: “Secretário ‘importado’ de SP por ACM Neto já foi condenado e
responde por supostos desvios”. Um dos casos listados pelo site se
refere ao tempo em que Ricardo, por indicação de Serra, comandava a
Suframa, Superintendência da Zona Franca de Manaus.
Disse o site Bahia Notícias:
“O Ministério Público Federal o responsabilizou pelo superfaturamento de
uma obra de melhoramento e pavimentação de um trecho de 34 km da
BR-319, entre o Amazonas e o Acre. Para a Procuradoria da República, a
obra, que custou R$ 11,3 milhões aos cofres da União, era
“superfaturada” e “desnecessária”, pois a conservação da rodovia estava
sob supervisão do Exército.”
Mais uma vez. Troque de José. Imagine se Mauro Ricardo fosse ligado a Dirceu, e não a Serra.
As manchetes, as colunas, as denúncias.
Mas, em vez disso, um silêncio camarada, como se nada estivesse ocorrendo.
Palmas para a mídia brasileira, aspas, e seu cinicamente seletivo conceito de moralidade.
Do Blog POR UM NOVO BRASIL
Nenhum comentário:
Postar um comentário