O senador Aécio Neves (PSDB-MG), lançado candidato tucano há quase um ano pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, anuncia – ele e seu staff – o lançamento, na 1ª semana de dezembro, de um documento com as diretrizes da política tucana focado em pelo menos 12 pontos. O projeto é que estas diretrizes virem, depois, o programa econômico do hipotético governo do presidenciável Aécio.
Entre os 12 pontos estão, e usando a linguagem deles, recuperação da
credibilidade perdida na área econômica; melhoria do ambiente de
investimentos, para aumentar a entrada de recursos privados; e Pacto
Federativo, com defesa da volta (?) de uma maior autonomia de Estados e
municípios.
Prometem, e ainda para ficar no linguajar tucano, que o programa
abordará pontos como a competitividade do Brasil no cenário
internacional; infraestrutura deficiente; baixo crescimento econômico em
relação aos demais países emergentes; e a manutenção, com
responsabilidade, do chamado tripé da política macroeconômica, composto
pelo regime de metas de inflação, superávits primários robustos e
câmbio flutuante, estabelecido no governo Fernando Henrique Cardoso.
Enquanto não resolverem quem é candidato, não vão a lugar nenhum
Vamos ver. Mas, de antemão, já se pode dizer que Aécio pode fazer o
plano que quiser, criticar à vontade o governo, mas enquanto não
resolver quem é o candidato, ele ou Serra, não vai a lugar nenhum. Até
porque as críticas e a agenda que ele e o PSDB apresentam são as da
mídia há meses (resta aí, nesse quesito, saber quem pauta quem)…
Mais do que isso, já foram assumidas pela candidatura da dupla parceira
governador Eduardo Campos (PSB – ex-senadora Marina Silva (PSB-Rede).
Fora o fato de que eles, tucanos, governaram oito anos e o desempenho
nesses pontos foi de pífio a caótico. Em todos. A ponto de eles nem
quererem lembrar, muito menos comparar – aliás, de comparação eles
fogem como o diabo da cruz…
Na questão da credibilidade internacional, o país quebrou duas vezes;
no tripé macroeconômico, a inflação era de 12%, não tínhamos reservas e
no primeiro governo FHC (1995-1998) tínhamos o câmbio fixo (que ele
manteve para se reeleger e mudou em seguida).
Governos FHC dobraram a dívida interna do Brasil
Isso mesmo, câmbio fixo. E nenhum superávit fiscal. Fora o fato que
dobraram a dívida interna do Brasil deixando-nos uma herança maldita que
administramos até hoje e que custa ao pais R$ 200 bi de juros ao ano.
Como vemos a vida dos tucanos não será fácil. Sobre a Federação, basta
lembrar como os prefeitos que iam a Brasília eram tratados: a
cassetete, recebidos pela PM e cachorros… Como se tudo isso não fosse
desanimador para ele administrar e empinar sua candidatura, Aécio ainda
tem o Serra que anda por ai dizendo que ele (Aécio) é de direita.
Acabou de dizer isso em longa entrevista à Folha de S.Paulo. O jornal
perguntou quem, entre ele e Aécio, seria mais de esquerda. Serra
respondeu que a trajetória de vida dos dois é muito diferente. Mas ele
estaria à direita ou à esquerda do mineiro, insistiu a Folha. “À
direita, não estou”, concluiu o paulista. Acreditem se quiser…
José Dirceu
No Blog do Zé
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