segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Serra anda dizendo que Aécio é de direita


O senador Aécio Neves (PSDB-MG), lançado candidato tucano há quase um ano pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, anuncia – ele e seu staff – o lançamento, na 1ª semana de dezembro, de um documento com as diretrizes da política tucana focado em pelo menos 12 pontos. O projeto é que estas diretrizes virem, depois, o programa econômico do hipotético governo do presidenciável Aécio.

Entre os 12 pontos estão, e usando a linguagem deles, recuperação da credibilidade perdida na área econômica; melhoria do ambiente de investimentos, para aumentar a entrada de recursos privados; e Pacto Federativo, com defesa da volta (?) de uma maior autonomia de Estados e municípios.

Prometem, e ainda para ficar no linguajar tucano, que o programa abordará pontos como a competitividade do Brasil no cenário internacional; infraestrutura deficiente; baixo crescimento econômico em relação aos demais países emergentes; e a manutenção, com responsabilidade, do chamado tripé da política macroeconômica, composto pelo regime de metas de inflação, superávits primários robustos e câmbio flutuante, estabelecido no governo Fernando Henrique Cardoso.

Enquanto não resolverem quem é candidato, não vão a lugar nenhum

Vamos ver. Mas, de antemão, já se pode dizer que Aécio pode fazer o plano que quiser, criticar à vontade o governo, mas enquanto não resolver quem é o candidato, ele ou Serra, não vai a lugar nenhum. Até porque as críticas e a agenda que ele e o PSDB apresentam são as da mídia há meses (resta aí, nesse quesito, saber quem pauta quem)…

Mais do que isso, já foram assumidas pela candidatura da dupla parceira governador Eduardo Campos (PSB – ex-senadora Marina Silva (PSB-Rede). Fora o fato de que eles, tucanos, governaram oito anos e o desempenho nesses pontos foi de pífio a caótico. Em todos. A ponto de eles nem quererem lembrar, muito menos comparar – aliás, de comparação eles fogem como o diabo da cruz…

Na questão da credibilidade internacional, o país quebrou duas vezes; no tripé macroeconômico, a inflação era de 12%, não tínhamos reservas e no primeiro governo FHC (1995-1998) tínhamos o câmbio fixo (que ele manteve para se reeleger e mudou em seguida).

Governos FHC dobraram a dívida interna do Brasil

Isso mesmo, câmbio fixo. E nenhum superávit fiscal. Fora o fato que dobraram a dívida interna do Brasil deixando-nos uma herança maldita que administramos até hoje e que custa ao pais R$ 200 bi de juros ao ano.

Como vemos a vida dos tucanos não será fácil. Sobre a Federação, basta lembrar como os prefeitos que iam a Brasília eram tratados: a cassetete, recebidos pela PM e cachorros… Como se tudo isso não fosse desanimador para ele administrar e empinar sua candidatura, Aécio ainda tem o Serra que anda por ai dizendo que ele (Aécio) é de direita.

Acabou de dizer isso em longa entrevista à Folha de S.Paulo. O jornal perguntou quem, entre ele e Aécio, seria mais de esquerda. Serra respondeu que a trajetória de vida dos dois é muito diferente. Mas ele estaria à direita ou à esquerda do mineiro, insistiu a Folha. “À direita, não estou”, concluiu o paulista. Acreditem se quiser…

José Dirceu
No Blog do Zé

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