Ao contrário do que afirma em declarações públicas, a candidata
Marina Silva (PSB) não votou a favor da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF) durante o governo de Fernando Henrique
Cardoso (PSDB). Registros do site do Senado mostram que Marina, então no
PT, ficou contra o tributo em 1995 e em 1999. Em 2002 não registrou seu
voto. O apoio à CPMF tem sido utilizado por ela como discurso de que
não fez “oposição por oposição” no Congresso Nacional e que esperava a
mesma postura dos parlamentares, caso seja eleita. (Blog Preto no Branco
checou as votações)
O registro das principais votações durante o governo do PSDB mostram uma atuação típica de oposição. Em 1997, votou contra a criação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a quebra do monopólio estatal e o modelo de concessão para exploração de petróleo e a reforma administrativa, que cortou benefícios de servidores públicos.
De licença médica, não registrou voto na reforma da previdência de 1997. Em 2000 votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que fixou normas e limites de gastos para a gestão pública. Apoiou apenas projetos na área social em bandeiras compartilhadas por seu partido, como a criação do Fundef com o estabelecimento de financiamento fixo para a educação e a definição de gastos na área de saúde, a chamada emenda 29.
Desde que assumiu a candidatura presidencial neste ano, Marina menciona sua postura quando senadora como modelo de que é possível manter governabilidade sem ter ampla base parlamentar. E cita exatamente a CPMF como principal argumento.
- Quando o presidente Fernando Henrique Cardoso mandou a CPMF para ser votada, o meu partido era contra, mas eu e o Suplicy votamos favorável – disse Marina na semana passada em sabatina do portal G1.
A CPMF foi sucessora do IPMF, criado ainda no governo Itamar Franco, com
o objetivo de aumentar investimentos na área de saúde. O ministro Adib
Jatene fez campanha no Congresso para conseguir o recurso extra. Em 1995
o tema chegou ao Senado por meio de uma proposta de emenda
constitucional (PEC). Marina Silva registrou voto contrário nas duas
votações em plenário, em outubro e novembro daquele ano. Quatro anos
mais tarde, o tema voltou ao debate no Senado e a candidata votou outras
duas vezes contra a cobrança.
Em 4 de junho de 2002 a continuidade do tributo foi novamente debatida.
Naquele momento o petista Luiz Inácio Lula da Silva liderava as
pesquisas de intenção de voto e foi feito um acordo para prorrogar a
cobrança. O líder do PT, Eduardo Suplicy, encaminhou favorável à
votação.
- Encaminho a votação, pelas bancadas do bloco de oposição e do Partido
dos Trabalhadores, favoravelmente à emenda relativa à CPMF, com o
entendimento primeiro de que se trata, no caso, de uma necessidade
orçamentária para o período de 2002 a 2004 – disse Suplicy em plenário.
A prorrogação teve o apoio de vários integrantes do PT e do então
candidato a vice de Lula, José Alencar, crítico do sistema tributário do
país.
- Estou aqui para trazer um protesto contra a CPMF, ainda que eu vá
votar a favor dela. E assim o farei apenas por que o Brasil não pode
prescindir dessa arrecadação, que representa mais de R$20 bilhões –
afirmou Alencar na votação.
Presente no plenário, Marina não registrou seu voto. Minutos antes tinha
discursado sobre um projeto que liberava a concessão de um empréstimo
ao Acre e votou em outra proposta. Sobre a CPMF, não se manifestou. No
caso de propostas de emenda constitucional, não votar tem o mesmo peso
de ser contrário, uma vez que é preciso ter 49 votos sim para a
aprovação. Oito dias depois dessa votação, a matéria foi votada em
segundo turno e mais uma vez Marina não registrou voto. Questionada
deste quarta-feira passada, a assessoria da candidata não se pronunciou
sobre a contradição nem apontou qual seria o voto favorável a que ela se
refere.
Marina e CPMF
Ao contrário do que já afirmou publicamente, a candidata à Presidência
pelo PSB, Marina Silva, não votou a favor da Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira (CPMF) durante o governo do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Registros do site do Senado (veja lista abaixo) mostram que Marina,
então no PT, ficou contra o tributo em 1995 e em 1999. Em 2002 não
registrou seu voto. O apoio à CPMF tem sido utilizado por ela como
parte do discurso de que não fez “oposição por oposição” no Congresso
Nacional e que espera a mesma postura dos parlamentares, caso seja
eleita.
O registro das principais votações durante o governo do PSDB mostram uma
atuação típica de oposição. Em 1997, Marina votou contra a criação da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a quebra do monopólio
estatal e o modelo de concessão para exploração de petróleo e a reforma
administrativa, que cortou benefícios de servidores públicos.
De licença médica, não registrou voto na reforma da previdência de 1997.
Em 2000 votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que fixou normas
e limites de gastos para a gestão pública. Apoiou apenas projetos na
área social em bandeiras compartilhadas por seu partido, como a criação
do Fundef com o estabelecimento de financiamento fixo para a educação e a
definição de gastos na área de saúde, a chamada emenda 29.
Desde que assumiu a candidatura presidencial neste ano, Marina menciona
sua postura quando senadora como modelo de que é possível manter
governabilidade sem ter ampla base parlamentar. E cita exatamente a CPMF
como principal argumento.
- Quando o presidente Fernando Henrique Cardoso mandou a CPMF para ser
votada, o meu partido era contra, mas eu e o Suplicy votamos favorável –
disse Marina na semana passada em sabatina do portal G1.
A CPMF foi sucessora do IPMF, criado ainda no governo Itamar Franco, com
o objetivo de aumentar investimentos na área de saúde. O ministro Adib
Jatene fez campanha no Congresso para conseguir o recurso extra. Em
1995, o tema chegou ao Senado por meio de uma proposta de emenda
constitucional (PEC). Marina Silva registrou voto contrário nas duas
votações em plenário, em outubro e novembro daquele ano. Quatro anos
mais tarde, o tema voltou ao debate no Senado e a candidata votou outras
duas vezes contra a cobrança: em 6 de janeiro e em 19 de janeiro.
Em 4 de junho de 2002 a continuidade do tributo foi novamente debatida.
Naquele momento o petista Luiz Inácio Lula da Silva liderava as
pesquisas de intenção de voto e foi feito um acordo para prorrogar a
cobrança. O líder do PT, Eduardo Suplicy, encaminhou favorável à
votação.
- Encaminho a votação, pelas bancadas do bloco de oposição e do Partido
dos Trabalhadores, favoravelmente à emenda relativa à CPMF, com o
entendimento primeiro de que se trata, no caso, de uma necessidade
orçamentária para o período de 2002 a 2004 – disse Suplicy em plenário.
A prorrogação teve o apoio de vários integrantes do PT e do então
candidato a vice de Lula, José Alencar, crítico do sistema tributário do
país.
- Estou aqui para trazer um protesto contra a CPMF, ainda que eu vá
votar a favor dela. E assim o farei apenas por que o Brasil não pode
prescindir dessa arrecadação, que representa mais de R$20 bilhões –
afirmou Alencar na votação.
Presente no plenário, Marina não registrou seu voto. Minutos antes tinha
discursado sobre um projeto que liberava a concessão de um empréstimo
ao Acre e votou em outra proposta. Sobre a CPMF, não se manifestou. No
caso de propostas de emenda constitucional, não votar tem o mesmo peso
de ser contrário, uma vez que é preciso ter 49 votos sim para a
aprovação. Oito dias depois dessa votação, a matéria foi votada em
segundo turno e mais uma vez Marina não registrou voto. Questionada
deste quarta-feira passada, a assessoria da candidata não se pronunciou
sobre a contradição nem apontou qual seria o voto favorável a que ela se
refere.
Veja como foram as votações relativas à CPMF em 1995, 1999 e 2002:
PEC 40 de 1995 – primeiro turno (votação em 18/10/1995)
PEC 40 de 1995 – segundo turno (votação em 08/11/1995)
PEC 34 de 1998 – primeiro turno (votação em 06/01/1999)
PEC 34 de 1998 – segundo turno (votação em 19/01/1999)
PEC 40 de 1995 – primeiro turno (votação em 18/10/1995)
PEC 40 de 1995 – segundo turno (votação em 08/11/1995)
PEC 34 de 1998 – primeiro turno (votação em 06/01/1999)
PEC 34 de 1998 – segundo turno (votação em 19/01/1999)
PEC 18 de 2002 – primeiro turno (votação em 04/06/2002)
PEC 18 de 2002 – segundo turno (votação em 12/06/2002)
PEC 18 de 2002 – segundo turno (votação em 12/06/2002)
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